Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Pamella Liz Nunes |
Orientador(a): |
Jannotti, Claudia Bonana |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25255
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Resumo: |
Novas tecnologias contraceptivas se difundiram no Brasil a partir dos anos 1960, dentre elas, a pílula anticoncepcional. Esses medicamentos foram distribuídos por entidades privadas de planejamento familiar, ou prescritas em consultórios privados e vendidas nas farmácias e, em poucos anos, milhões de mulheres brasileiras já usavam esses produtos. Este estudo destaca importantes elementos que impulsionaram o status que a pílula possui atualmente, ela é o principal método contraceptivo reversível utilizado pelas mulheres brasileiras, e é distribuído pelo Sistema Único de Saúde. Esta análise é de caráter sócio-histórico e utiliza como fonte matérias publicadas na revista Claudia da editora Abril. São analisados debates veiculados entre os anos de 1962 e 1980 sobre a pílula anticoncepcional, por meio de notícias que abordam a inserção dessa tecnologia nas relações afetivo-familiares e na moralidade, no trabalho feminino, e nas relações das mulheres com o saber médico. No acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, fez-se o levantamento de matérias que versavam sobre a pílula anticoncepcional publicadas na revista, incluindo notas, reportagens, cartas de leitoras, colunas e outras. As pílulas anticoncepcionais despertaram interesse e entusiasmo da imprensa feminina, que advogou em seu favor contribuindo para a construção de sua imagem. A revista Claudia serviu como meio de propagação do discurso científico e de determinadas normas sociais que ditam o comportamento feminino hegemônico a ser performado. A pílula anticoncepcional vem configurar mais uma forma de cumprimento do comportamento reprodutivo ideal que então se definia para as mulheres, contribuindo para a ampliação das possibilidades de planejamento reprodutivo e decisões individuais. Contudo, em um processo ambivalente, as oportunidades atribuídas às novas tecnologias de gestão da fecundidade conjugavam-se às visões tradicionais (moral sexual, constituição de família, planejamento familiar) e incertezas (efeitos colaterais, riscos para o feto) acerca desse então medicamento. |