Dimensão da singularidade do cuidado: como os profissionais de saúde lidam com as situações difíceis que emergem da prática paliativa?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Beserra, Vanessa dos Santos
Orientador(a): Brito, Cláudia de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/61132
Resumo: O estudo teve como objetivo analisar as situações difíceis que emergem do cuidado em saúde, bem como as formas de lidar, os sentimentos e as repercussões para o profissional de saúde da prática paliativa em câncer. Pesquisa de perspectiva compreensiva e fenomenológica e abordagem qualitativa, baseada em 30 experiências de situações difíceis de profissionais de saúde que atuam na assistência direta ao paciente em cuidados paliativos oncológicos na Unidade IV do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Foram realizadas entrevistas durante os meses de agosto e setembro de 2019. As categorias de análise (situação difícil, sentimentos, como lidou e repercussão) foram discutidas com base nas ideias desenvolvidas por Larrosa (Experiência), Hannah Arendt (Banalidade do mal e Pensar), Norbert Elias (Morte e Moribundo), Philippe Ariès (Morte) e Tobin Siebers (Dor e Sofrimento). Os principais resultados mostram que as situações difíceis no cuidado são originárias do processo de identificação entre profissional e paciente, de morte ruim (com sofrimento), de paciente jovem, binômio mãe-filho e tumor de crescimento rápido. Os profissionais expressaram tanto sentimentos desagradáveis (tristeza, impotência, angústia, medo etc.) quanto agradáveis (compaixão, gratidão etc.). Identificamos duas formas de lidar com as situações difíceis, aqueles que fugiam (Evitação, Tentativa de controle emocional, Não lidou etc.) e enfrentavam a SD (Permitir envolvimento emocional e Afastamento reflexivo), isso também refletiu em duas formas de repercussão: os profissionais que conseguiram transformar a SD para algo positivo na sua vida daqueles que não vislumbraram mudanças, ou quando viam era para piorar as condições e relações de trabalho. Esse trabalho contribui para mostrar que o trabalho em saúde tem uma importante dimensão subjetiva, geralmente, negligenciada, que gera sofrimento, mas também ressignificação. Encontrar o sentido do cuidado pode ser um caminho para diminuir as situações difíceis e sofrimentos nessa arte que é o cuidar em saúde.