Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Barreto, Danielle Cristina dos Santos |
Orientador(a): |
Kropf, Simone Petraglia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19750
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Resumo: |
Esta dissertação analisa a trajetória científica de Evandro Chagas (1905-1940), pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), e seus estudos sobre as endemias rurais do Brasil. Filho de Carlos Chagas (1878-1934), reconhecido como um dos grandes nomes da ciência brasileira, Evandro Chagas construiu sua trajetória profissional como discípulo da tradição de pesquisa estabelecida no IOC nas primeiras décadas do século XX, segundo a qual a produção de conhecimentos no campo da medicina tropical estava diretamente relacionada aos problemas sanitários do país, especialmente das doenças endêmicas do interior. O Serviço de Estudos de Grandes Endemias (SEGE), criado por Evandro Chagas no IOC em 1937, foi o principal projeto pelo qual o cientista procurou dar continuidade a esta tradição, num contexto em que a saúde pública vivia importantes transformações, durante o primeiro governo Vargas (1930-1945). Utilizando, sobretudo, as fontes de seu arquivo pessoal, são analisadas as origens e as relações familiares de Evandro Chagas, sua formação acadêmica e sua atividade profissional, com ênfase em sua atuação à frente do SEGE. Argumenta-se que sua trajetória foi decisivamente marcada pela herança familiar e científica de Carlos Chagas, tanto em referência à sua figura como pai quanto ao que diz respeito à sua imagem pública, como representante da tradição de ciência do IOC. Analisando as articulações estabelecidas pelo cientista para implementar seu projeto de estudo e combate às endemias rurais no Brasil, visto como a continuidade da agenda e do ideário sanitarista firmados durante a Primeira República, a dissertação evidencia que tal continuidade foi construída por meio da convergência de interesses entre os cientistas e os gestores da saúde pública do governo Vargas, mas, ao mesmo tempo, permeada por tensões e conflitos, relativos aos novos espaços sociais e institucionais ocupados por esses atores no pós-1930. Além do diálogo com a historiografia das ciências e da saúde, a dissertação insere-se no debate historiográfico sobre biografias e trajetórias, com o objetivo de refletir sobre a intricada associação entre elementos de natureza subjetiva, referentes a lógicas e motivações específicas à esfera individual, e fatores relacionados ao contexto político e social mais amplo no qual se inserem estas trajetórias individuais. |