Estudo comparativo dos perfis proteômicos de cepas selvagem e apossimbiótica de Strigomonas culicis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Gomes, Aline dos Santos Garcia
Orientador(a): Levy, Claudia Masini d'Avila, Valente, Richard Hemmi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13076
Resumo: Strigomonas culicis, um tripanossomatídeo monoxênico, apresenta uma relação mutualística com uma bactéria em seu citoplasma. Esta pode ser removida por tratamento com antibiótico, sendo o cinetoplastídeo mantido em laboratório sob a forma de cepa apossimbiótica. Comparações entre as duas cepas fazem parte de uma estratégia interessante para o estudo da relação mantida pelos dois organismos. A ciência dirigida por descoberta, da qual a tecnologia proteômica faz parte, gera um volume de dados abrangente que pode posteriormente ser utilizado para retroalimentar projetos de ciência dirigida por hipótese. Desta forma, o estudo comparativo das duas cepas através da geração dos perfis bidimensionais, em distintas etapas do desenvolvimento celular, possibilitou a identificação de um número abrangente de proteínas diferencialmente abundantes entre as cepas, e entre as etapas do crescimento celular de cada cepa. As diferenças entre as cepas estão relacionadas tanto a alterações quantitativas quanto a proteínas exclusivas de cada condição analisada. Para a cepa selvagem uma maior modulação foi observada entre o meio e o fim de fase logarítmica, enquanto para a cepa apossimbiótica a modulação maior ocorre entre o início de fase log e a fase estacionária. Comparações entre as cepas indicam menores diferenças no início de fase logarítmica, sendo a maior porcentagem de spots diferenciais representada por aqueles que apresentam abundância diferencial estatisticamente significante Após as identificações proteicas três processos foram detalhados: expressão de peptidases, síntese de heme e interação parasito-hospedeiro. Uma calpaína foi identificada sendo modulada não apenas entre as etapas de crescimento celular, como também entre cepas. Neste sistema sua função poderia estar relacionada ao remodelamento do citoesqueleto. A enzima coproporfirinogênio oxidase foi identificada em ambas as cepas, com abundância superior em cepa selvagem, assim como a subunidade IV do complexo citocromo c oxidase, ambos com maior abundância em início de fase log, um indicativo de diferenças de requerimento de heme e/ou hemeproteínas, bem como de metabolismo energético diferenciado, pelo menos em etapas de início de crescimento, entre as cepas. Proteínas relacionadas ao flagelo também foram identificadas, e poderiam contribuir para a sustentação de um panorama multifatorial que proporcionaria uma maior capacidade de interação da cepa selvagem com seus hospedeiros. O grande volume de dados gerados será ainda utilizado para a identificação de redes metabólicas influenciadas pelo simbionte permitindo, futuramente, um entendimento amplo da relação simbiontetripanossomatídeo