Perfil lipidômico de indivíduos infectados pelo Schistosoma Mansoni

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fialho, Thainá Rodrigues de Souza
Orientador(a): Queiroz, Adriano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/58288
Resumo: INTRODUÇÃO: A esquistossomose mansônica, é uma doença causada pelo parasito trematódeo digenético do gênero Schistosoma, que tem o homem como seu principal hospedeiro, no Brasil é causada pela espécie Schistosoma mansoni. A infecção por este parasito consiste em um problema de saúde pública, especialmente no Nordeste, estando associada à pobreza, às precárias condições sanitárias, falta de tratamento de água e esgoto, definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das principais doenças tropicais negligenciadas. A parasitose apresenta duas fases, a fase aguda, no qual ocorre logo após a penetração da cercaria através da mucosa e da pele e a fase crônica, que evolui quando não tratada. O fígado é o principal órgão acometido, onde o verme adulto de reproduz e deposita os seus ovos, no qual ficam retidos nas vênulas hepáticas, acarretando uma inflamação granulamentosa local. Em decorrência das lesões hepáticas, estudos realizados em camundongos revelam alterações no metabolismo dos lipídios, porém estudos em humanos ainda são escassos, sendo necessário uma abordagem em larga escala para determinar as possíveis alterações lipídicas durante a esquistossomose. O estudo lipidômico do hospedeiro na esquistossomose ainda é escasso e, no caso específico do S. mansoni, totalmente ausente. OBJETIVO: O objetivo desse estudo foi avaliar as alterações no perfil lipídico de indivíduos infectados pelo Schistosoma mansoni em uma área hiperendêmica em esquistossomose no estado da Bahia. MATERIAS E MÉTODOS: Foi realizado um estudo longitudinal e observacional, em vilarejos do Conde-Ba, no período de 2018 a 2019 e a partir desse estudo longitudinal que contêm 340 participantes, realizamos um estudo de corte transversal, focado na análise lipidômica, no qual foi selecionado 45 participantes, através de um sorteio randômico. Em cada participante foram coletados uma amostra de fezes, para a execução do Kato-Katz e uma coleta de sangue para a avaliação lipidômica. Nas análises lipidômicas do soro, foram avaliadas alterações no perfil lipídico do soro de indivíduos infectados com alta e baixa carga em comparação ao grupo controle, contendo 15 indivíduos em cada grupo. RESULTADOS: Cerca de 340 indivíduos foram avaliados no qual 55,59% apresentavam ovos de S. mansoni em pelo menos uma das lâminas. Quando realizado as análises séricas desses indivíduos, foi possível observar que a carga parasitária do S. mansoni com a enzima GGT, demonstrou uma correlação positiva. As análises lipidômicas inicialmente mostraram fosfatidilcolina (PC), hexosilceramida (HexCer), ácidos graxos livres (FFA) como predominantes, mesmo não apresentando diferenças importantes entre os grupos de carga parasitária, entretanto quando aprofundamos as análises, as espécies das subclasses PI e TAG se destacaram em quantidade de espécies que se mostraram alterados no grupo de alta carga parasitaria comparado a baixa carga e negativo. CONCLUSÕES: A partir dos achados nesse estudo concluímos que a elevada a carga parasitária na esquistossomose está associada a alterações lipídicas importantes, possivelmente por conta de alteração no metabolismo lipídico decorrente da ação do verme. Estes dados podem contribuir para melhor entendimento da patologia observada durante a esquistossomose ou mesmo para identificação de um biomarcador de infecções graves