Aspecto da interação parasito hospedeiro na infecção com Schistosoma sp : imunidade inata em Biomphalaria sp. e oncogênese no hospedeiro vertebrado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pimenta, Rafael Nacif
Orientador(a): Coelho, Paulo Marcos Zech
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34112
Resumo: Atualmente existem cerca de 200 milhões de pessoas infectadas em 74 países com uma das cinco espécies de Schistosoma sp. A compatibilidade entre o parasito e o hospedeiro intermediário tem como componente fundamental o sistema de defesa interno do caramujo, fato este que determina a susceptibilidade ou a resistência à infecção. Este estudo avaliou a resposta do processo de infecção de B. glabrata “primados” (infectados por S. mansoni e curados por quimioterapia) e reinfectados. Avaliou-se se a hemolinfa de caramujos primados atuam em caramujos normais após infecção, através da transferência da hemolinfa. Também analisou-se como linhagens de células epiteliais humanas do fígado e da ureta reagem a ovos de S. mansoni e S. haematobium. A resposta dos hemócitos e fatores solúveis de B. glabrata primados contra os esporocistos teve uma predominância de esporocistos em comparação com os exemplares controle (infectados uma vez). Quando a hemolinfa de B. glabrata primados foi transferida para caramujos normais, a quantidade de cercarias liberadas foi menor após 5 semanas comparando com o controle. Já na 6 semanas após a infecção, os caramujos que receberam a hemolinfa de B. glabrata tiveram o número de cercárias reduzido. Porém, o grupo de B. glabrata que recebeu hemolinfa primado continuou liberando menos cercárias. A resposta contra S. mansoni ocorreu de forma mais rápida quando se transferiu hemolinfa de B. glabrata primados, após re-infecção por S. mansoni. Nossos resultados mostram pela primeira vez uma imunidade parcial em B. glabrata completamente curados de uma infecção primária e infectados novamente. A outra parte do estudo mostra a indução de crescimento de ovos de S. mansoni e S. haematobium com linhagens de células humanas e a análise de expressão gênica após contato inicial (2h) e contato prolongado (24h) das células com os ovos. Observamos que ambas as espécies estimulam crescimento celular em linhagens de células epiteliais da ureta causando morte celular em linhagens de células de colangiócitos. Os ovos de S. mansoni induziram a via de sinalização do câncer coloretal no tempo de 2 h após interação com as células urotelias. No tempo de 24 h ambas as espécies causaram a inibição da via de supressor de tumor P53. Porém, os genes responsáveis por essa inibição variaram dependendo da espécie de Schistosoma. Nos colangiócitos foi observado a morte das células após a interação com os ovos. Os resultados mostram que a resposta proliferativa ou o declínio de crescimento é influenciado não somente pela espécie de Schistosoma mas também pela origem de células epiteliais.