Educação em Saúde na Atenção Primária: promovendo encontros e construindo saberes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Fittipaldi, Ana Lúcia de Magalhães
Orientador(a): O'Dwyer, Gisele
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49244
Resumo: A educação em saúde é uma importante ferramenta utilizada na Atenção Primária à Saúde para incentivar o autocuidado e estimular a autonomia dos sujeitos. Os estudos encontrados na literatura que analisaram a educação em saúde sob a perspectiva do usuário do sistema são insuficientes. Assim, torna-se necessário ampliar tais investigações para uma melhor compreensão e organização das práticas educativas. A presente tese de doutorado objetivou analisar a percepção dos usuários sobre a educação em saúde no curso do cuidado prestado na Atenção Primária à Saúde. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, realizada em duas Clínicas da Família no município do Rio de Janeiro. A metodologia incluiu análise documental de políticas públicas de saúde e pesquisa exploratória, por meio de observação participante de práticas educativas e entrevistas semiestruturadas com usuários que participavam das ações coletivas. A análise e interpretação das entrevistas teve como referencial teórico-metodológico a análise de conteúdo temática de Bardin, ancorada na teoria sociológica de Pierre Bourdieu. A análise das políticas públicas demonstrou diversas abordagens de ações de educação em saúde que se complementaram para alcançar a integralidade do trabalho educativo em saúde. Demonstrou, ainda, que diretrizes para contemplar a participação popular e o incentivo à autonomia dos sujeitos estavam presentes. Foi realizada observação participante em treze reuniões, de seis grupos educativos e doze entrevistas semiestruturadas. Os entrevistados demonstraram ter consciência de sua situação de vulnerabilidade e de suas limitações para transformar a sua realidade. Atribuíram como significados às práticas coletivas: intervenções terapêuticas complementares aos cuidados clínicos que contribuíram com a construção de saberes e estímulo ao autocuidado; e momentos de convívio social e formação de redes de apoio. Destacaram que as ações coletivas eram desenvolvidas em um ambiente acolhedor, com diálogo e respeito aos conhecimentos e vivências de todos os participantes, abarcando os preceitos da Educação Popular em Saúde. Ressaltaram as influências políticas, econômicas e sociais nas práticas de saúde. Os conceitos de habitus, campo, capital simbólico e poder simbólico, oferecidos pela teoria da ação social de Bourdieu, propiciaram a compreensão dos significados e expectativas dos usuários sobre as ações educativas, enquanto práticas sociais construídas por meio de influências subjetivas e objetivas. Por fim, espera-se contribuir com o campo da educação em saúde no sentido de inovar por meio do diálogo e da interação com a dinâmica de vida popular, para propor alternativas coletivas que sejam efetivas e transformadoras da realidade.