Avaliação da resposta terapêutica ao emprego da anfotericina B no tratamento das modalidades cutânea e mucosa de leishmaniose em pacientes atendidos num Centro de referência no Rio de Janeiro entre 1989 e 2012

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Nascimento, Maria Letícia Fernandes Oliveira
Orientador(a): Pimentel, Maria Inês Fernandes, Pacheco, Sandro Javier Bedoya
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28629
Resumo: A anfotericina B é medicamento de escolha no tratamento da leishmaniose tegumentar americana (LTA) para gestantes, quando não se obtém resposta com o antimonial ou na impossibilidade de seu uso. Duas formulações de anfotericina B são mais utilizadas: desoxicolato e lipossomal. Há poucos trabalhos relacionados ao emprego da anfotericina B na LTA. Objetivou-se descrever as indicações, eventos adversos e evolução clínica durante e após o uso das diferentes formulações de anfotericina B no tratamento de pacientes com LTA no Laboratório de Vigilância em Leishmanioses do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil, entre janeiro de 1989 e dezembro de 2012. Trata-se de uma coorte não histórica com análises retrospectivas de 46 pacientes. Foram avaliados pacientes com leishmaniose cutânea (LC) e com leishmanise mucosa (LM). Foram considerados os desfechos de cura imediata e tardia, insucesso terapêutico e doses utilizadas. Observou-se que 15,4% dos pacientes com LM utilizaram anfotericina B, em comparação com apenas 2,9% dos pacientes com LC (p<0,0001) A indicação mais frequente da anfotericina B desoxicolato foi insucesso com o tratamento prévio com antimoniato de meglumina, enquanto a indicação da anfotericina B lipossomal se deveu principalmente a nefrotoxicidade relacionada à anfotericina B desoxicolato. Efeitos adversos clínicos e/ou laboratoriais foram freqüentes, entretanto o número de pacientes com efeitos adversos clínicos pela anfotericina B desoxicolato foi significativamente maior em relação aos que utilizaram anfotericina B lipossomal (p = 0,0003). Os tempos médios e medianos de cura imediata foram semelhantes para ambas as formulações de anfotericina nos casos de LC. Para o desfecho de cura tardia (LC e LM) com as duas formulações, os tempos médios também foram semelhantes. A mediana das doses cumulativas de anfotericina B desoxicolato esteve de acordo com as doses recomendadas pelo Ministério da Saúde (MS) para LC e para LM. Para a anfotericina B lipossomal, entretanto, a mediana das doses cumulativas foi abaixo da recomendação do MS no caso da LM, e de acordo com a recomendação do MS para a LC. Esse estudo levou a uma melhor compreensão da resposta terapêutica da anfotericina B para tratamento da LTA e poderá servir como subsídio para melhorar os protocolos relacionados ao emprego deste fármaco no Brasil.