Estudo das vias de sinalização envolvidas na apoptose induzida pelo complexo de rutênio com timina em células de carcinoma de cólon humano HCT116

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Suellen Leila Rocha
Orientador(a): Bezerra, Daniel Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33906
Resumo: O câncer se caracteriza pela proliferação descontrolada de células levando a formação de tumores que podem gerar metástase. Essa doença tornou-se um problema de saúde pública devido ao seu grande e crescente número de casos, além do alto impacto financeiro sobre a sociedade. Os quimioterápicos representam principal forma de tratamento; entretanto, apresentam diversos efeitos colaterais,além do surgimento de resistência, tornando necessário o desenvolvimento de novos fármacos. Recentemente, nosso grupo de pesquisa sintetizou um complexo de rutênio com timina [Ru(PPh3)2(Thy)(bipy)]PF6 (onde PPh = trifenilfosfino, Thy = timina and bipy = 2,2’-bipiridina) (CRT) com potente atividade citotóxica, capaz de ligar-se ao DNA e induzir a apoptose mediada por caspases em células de leucemia.OBJETIVO: Neste estudo, nós investigamos as vias de sinalização envolvidas na apoptose induzida pelo complexo Ru(II)-timina em células de carcinoma de cólon humano HCT116, bem como avaliamos seu efeito em modelo de xenotransplante. MATERIAL E MÉTODOS: Para verificar a participação das vias MAPKs e p53 na morte celular induzida por CRT, foi utilizado o ensaio de anexina V/PI em células HCT116 pré-tratadas com os inibidores farmacológicos de JNK (SP 600125), p38 (PD 169316), ERK1/2 (U-0126) e p53 (pifitrina-α cíclica), e quantificada a fluorecencia por citometria de fluxo. As MAPKs fosforiladas, bem como p53, MDM2 e histona H2AX foram avaliadas através de ELISA sanduiche fosfo-especifico. A atividade antitumoral in vivo foi avaliada em camundongos C.B-17 SCID transplantados com células HCT116 e tratados com CRT nas doses de 1 e 2 mg/kg/dia, por via intraperitoneal, uma vez por dia durante 15 dias consecutivos. RESULTADOS: O complexo Ru(II)-timina aumentou significativamente a porcentagem de células HCT116 em apoptose. O co-tratamento com os inibidores farmacológicos de JNK/SAPK, p38 MAPK e MEK, que inibem a ativação de ERK1/2,causou uma redução acentuada da porcentagem de células em apoptose induzida pelo complexo. Além disso, o CRT induziu um aumento de fosfo-JNK2 (T183/Y185),fosfo-p38α (T180/Y182) e fosfo-ERK1 (T202/Y204) em células HCT116. O tratamento com o complexo aumentou significativamente a expressão da fosfohistona H2AX (S139), um marcador de dano ao DNA. A expressão de fosfo-p53 (S15) e MDM2 não foi alterada, e o co-tratamento com o inibidor de p53 (pifitrina-α cíclico) não reduziu a apoptose induzida pelo CRT em células HCT116, indicando que o complexo Ru(II)-timina induz apoptose através de dano ao DNA, pela ativação da via de sinalização JNK/p38/ERK1/2 de maneira independente de p53. No modelo in vivo, o CRT (1 e 2 mg/kg/dia) apresentou inibição do crescimento de células HCT116 em 32,6-40,1%, e não apresentou toxicidade significativa nos parâmetros analisados. CONCLUSÃO: Assim, observou-se que o complexo Ru(II)-timina é um promissor candidato a agente antitumoral.