Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Machado, Carla Priscila da Silva |
Orientador(a): |
Clementino, Maysa Beatriz Mandetta |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36314
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Resumo: |
Klebsiella pneumoniae é um patógeno oportunista relacionado frequentemente a quadros infecciosos, principalmente em pacientes imunodeprimidos. É reponsável por infecções hospitalares e comunitárias em todo mundo e pode ser encontrada colonizando o trato gastrointestinal e a orofaringe de pessoas sadias. O atual interesse nas infecções causadas por Klebsiella spp. se deve à propagação de cepas multirresistentes aos antibióticos e produtoras de beta-lactamases de espectro estendido (ESBLs), em unidades hospitalares e nas comunidades. A associação entre a variabilidade genética e a virulência de K. pneumoniae não é bem compreendida, entretanto, há evidências do comportamento diferenciado de cepas geneticamente heterogêneas. Estudos na Europa demonstraram que isolados clínicos de K. pneumoniae podem ser classificados em três grupos filogenéticos, KPI, KPII e KPIII, atualmente reclassificadas em K. pneumoniae (KPI), K. quasipneumoniae subsp. quasipneumoniae (KPII-A), K. quasipneumoniae subsp. similipneumoniae (KPII-B) e K. variicola (KPIII), respectivamente. O objetivo deste estudo foi determinar a distribuição dos grupos filogenéticos de K. pneumoniae de origem clínica e da microbiota intestinal normal, através da análise filogenética com base em sequências do gene gyrA, relacionados com os perfis de resistência aos antimicrobianos. Foram analisados 95 isolados de K. pneumoniae, provenientes de infecções hospitalares (n= 34) e da microbiota intestinal normal de indivíduos saudáveis (n=61). Os isolados foram identificados por bioquímica convencional e certificados pela PCR da região intergênica do óperon ribossomal 16S-23S rRNA. A susceptibilidade aos antibióticos foi realizada frente a 19 antibióticos pelo método de disco difusão. Dos 34 isolados clínicos, 85% foram resistentes a ampicilina/sulbactam, seguido por ticarcilina/ácido clavulânico (76%), cefepima (74%) e aztreonama (71%). Setenta e quatro por cento dos isolados clínicos apresentaram resultados positivos no teste de triagem em Chromoagar ESBL. Os isolados da microbiota intestinal normal foram altamente susceptíveis, apresentando resistência às penicilinas de amplo espectro (57%), aminoglicosídeos (33%) e tetraciclinas (10%). Em relação aos grupos filogenéticos, o grupo KPI apresentou maior proporção entre os isolados clínicos e da microbiota normal, já o grupo KPIII foi encontrado em maior proporção em isolados da microbiota intestinal normal. Os maiores percentuais de resistência foram encontrados no grupo KPI, seguido do grupo KPIII e KPII A e B. Foram classificados como multidroga resistente (MDR), 16 isolados clínicos do grupo KPI, 3 isolados do grupo KPII-A e 2 isolados do grupo KPIII e de extensivamente droga resistentes (XDR), 4 isolados do grupo KPI e 1 do grupo KPII-A. A presença de linhagens clínicas produtoras de ESBL, principalmente, K. variicola e de perfis de resistência MDR e XDR nas linhagens clínicas de K. pneumoniae e K. quasipneumoiae, demonstrada neste estudo, sinalizam a presença de disseminação de genes de resistência no ambiente hospitalar. Assim, podemos concluir que as relações filogenéticas entre espécies e subespécies do gênero Klebsiella forneceu uma análise da distribuição de propriedades fenotípicas que podem ser associadas com caracteristicas clínicas e epidemiológicas distintas desse patógeno, oportunista, em ambientes hospitalares e na microbiota normal. |