Redes sociais de pessoas com câncer: um olhar sob o prisma da informação e comunicação em saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Ribeiro, Fabiana Felix
Orientador(a): Marteleto, Regina Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7133
Resumo: O objetivo geral da pesquisa é identificar como se configuram e se organizam as redes sociais dos usuários com câncer de cabeça e pescoço, com foco nas formas de comunicação, nos fluxos de informação e na apropriação de conhecimentos, enquanto recursos significativos para lidar com a experiência de adoecimento. A abordagem metodológica utilizada foi a entrevista narrativa baseada na história oral de vida com 3 usuários (duas mulheres e um homem) matriculados na clínica e em estágios diferentes de tratamento. Os conceitos de narrativa e de redes sociais foram utilizados na condução das entrevistas. O roteiro de entrevista foi elaborado a partir da construção de um quadro de categorias empíricas consideradas centrais para a compreensão da configuração das redes sociais dos usuários. Entre os resultados encontrados percebe-se que os usuários, ainda na fase da infância, vivenciaram o distanciamento da rede familiar, sem que isso ocasionasse o rompimento de vínculos, devido ao compromisso derivado da consangüinidade e da obrigação da família em gerar proteção; As redes de sociabilidade não ancoradas na família se fundamentam em trocas sociais sem obrigação de gerar proteção social, mas podem assumir um papel central no suporte diante de uma situação de adoecimento, ambas as redes têm em comum o dever de cuidar na perspectiva do não abandono; A circulação de informações e sentidos nas redes também ocorre com base na postura dos seus membros, através de mecanismos de permanência, perseverança e reconhecimento, e de exemplos que os legitimem como membros da rede e que também promovem a própria legitimação do grupo; A religião e a fé enquanto sustentação para compreender as relações entre as redes humanas e as redes invisíveis (espirituais) no sentido da ampliação da proteção e do fortalecimento da identidade para o enfrentamento do adoecimento; As narrativas como terreno de denúncia sobre a demora existente entre o tempo do diagnóstico e o início do tratamento; O significado do câncer e a sua correlação com as condições de vida, numa busca de equilíbrio e interação com outras dimensões e exigências da vida; O ingresso na rede institucional como momento inicial de apropriação de novas informações sobre o tratamento e as condições concretas para realização do mesmo; A experiência do adoecimento se volta para a dimensão individual, como um conhecimento que pode ser compartilhado, mas ainda carecendo de uma discussão sobre os usos coletivos desse conhecimento em torno da participação e do controle social em saúde; O acolhimento como fator importante e decisivo no processo de interlocução entre as redes de usuários e a rede institucional.