Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Cajazeiro, Júnia Maria Drumond |
Orientador(a): |
Nobre, Aline Araújo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56964
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Resumo: |
A doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) foi identificada pela primeira vez em novembro de 2019, e o conhecimento da comunidade científica sobre aspectos relacionados a ela foi sendo produzido ao longo da evolução da pandemia. Hoje, sabe-se que existe maior mortalidade em pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica e geográfica e em grupos étnico-raciais que vivenciam exclusão social. Este trabalho tem, portanto, o objetivo de estudar a associação entre iniquidades étnico raciais na mortalidade por COVID-19 no Brasil no primeiro ano da pandemia. Trata-se de um estudo ecológico tendo como unidade de análise espacial as mesorregiões brasileiras e unidade temporal o período acumulado de um ano, entre março/2020 e fevereiro/2021, bem como os três quadrimestres consecutivos (março-junho/2020, julho-outubro/2020 e novembro/2020- fevreiro/2021). Foram analisadas as taxas de mortalidade por SRAG-COVID-19 na população brasileira segundo grupos de cor/raça (branca, preta, parda e indígena) e calculadas as razões de taxas de mortalidade entre esses grupos, tomando como referência a categoria de cor/raça branca. Modelos de regressão binomial negativa foram ajustados para avaliar o efeito da proporção de população vulnerabilizada (pretos, pardos e indígenas) nas taxas de mortalidade por SRAG-COVID-19, após ajuste por idade, nível de acesso à saúde e índice socioeconômico. Observaram-se, no Brasil, taxas de mortalidade por SRAG-COVID-19 mais elevadas para pardos (RT: 3,38, IC95%: 3,32-4,45) no primeiro quadrimestre e para indígenas no primeiro (RT: 3,85, IC95%: 3,32-4,45) e segundo (RT: 3,11, IC95%: 2,60-3,68) quadrimestres, em relação à categoria de cor/raça branca. Ao analisar a associação entre proporção de população vulnerabilizada e a mortalidade por SRAG-COVID-19 observamos associações estatisticamente significativas, com destaque para o primeiro quadrimestre, em que se viu um aumento de 26% na taxa de mortalidade por SRAG-COVID-19 a cada incremento de 10% da proporção de população vulnerabilizada (RT: 1,26, IC95%: 1,17-1,34), e no terceiro quadrimestre, em que se verificou aumento de 27% na taxa de mortalidade por SRAG-COVID-19 a cada incremento de 10% da proporção de população indígena (RT: 1,27, IC95%: 1,03-1,64). Os resultados evidenciam iniquidades étnico-raciais e geográficas na mortalidade por COVID-19 no primeiro ano da pandemia no Brasil, na medida em que pardos e indígenas, bem como regiões com maiores proporções de população preta, parda e indígena experimentaram taxas de mortalidade por SRAG-COVID-19 mais elevadas. |