Territórios e singularidades socioespaciais na estratégia de saúde da família: uma análise do processo de trabalho na pandemia da Covid-19 no Recife-PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santana, Mauricéa Maria de
Orientador(a): Medeiros, Katia Rejane de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57738
Resumo: A pandemia da Covid-19 representa um dos maiores desafios da atualidade, no campo da saúde pública, sua repercussão nos territórios de vinculação das equipes da Estratégia de Saúde da Família exigiram uma reorganização imediata do processo de trabalho. Este estudo teve por objetivo analisar como as recomendações oficiais, preconizadas durante a pandemia do Covid-19, foram operacionalizadas e se essas recomendações contemplam as singularidades socioespaciais dos territórios de vinculação na Estratégia de Saúde da Família em Recife – PE. Estudo qualitativo, exploratório, caracterizado como estudo de caso, desenvolvido pelas técnicas de análise documental, grupo focal, elaboração de instrumento e validação de conteúdo com aplicação pelo Método Delphi modificado. O trabalho de campo foi realizado por via remota – videoconferência na plataforma ZOOM, para os grupos focais; e formulário do Google Forms, para validação de conteúdo. Os resultados foram sistematizados em três artigos, o primeiro constatou que o processo de trabalho foi operacionalizado conforme as recomendações da Secretaria de Saúde de Recife, que segue as normativas do governo estadual e federal, cujos componentes do processo de trabalho (objeto, instrumentos, ações e finalidades) estão centrados na mitigação da transmissão sustentada no território, focalizada na doença, pressupondo um trabalho com abordagem individual e clínica, reduzindo a amplitude das competências da estratégia de saúde da família. No segundo artigo confirmou-se que os territórios de atuação das equipes, apresentam singularidades materiais e simbólicas, demarcadas por vulnerabilidade social e agravadas com pandemia de Covid-19, acentuando as necessidades de reprodução social e que a reorganização do processo de trabalho, proposto e operacionalizado no contexto pandêmico, não considera a magnitude das necessidades de saúde decorrentes da Covid-19 e contemplam de forma incipiente as singularidades socioespaciais dos territórios. O terceiro artigo apresenta a elaboração e validação de um instrumento para levantamentos de dados, que permite a identificação dos impactos socias na saúde e potencialidades relacionados à pandemia de Covid-19, o que favorece uma compreensão ampliada da realidade, planejamento participativo, estabelecimento de parcerias intra e extra setoriais, com corresponsabilização, empoderamento da população vinculada. Sendo estes, os pressupostos teóricos e normativos que devem guiar reorganização dos processos de trabalho de equipes que atuam com base territorial, no sentido de assegurar a efetivação da atenção primária abrangente e integral.