Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Pablo Ricardo Barbosa |
Orientador(a): |
Werneck, Guilherme Loureiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24541
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Resumo: |
A leishmaniose visceral (LV) humana é a forma mais grave das leishmanioses, pois, quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos, é uma doença de notificação compulsória e endêmica no Brasil. O Piauí é um estado endêmico para LV e está entre os estados brasileiros com maior número de casos da doença. A distribuição geográfica de agravos à saúde tem sido largamente avaliada em estudos epidemiológicos, incluindo nos relacionados à LV. O objetivo do presente estudo foi realizar a análise da distribuição espacial da LV no Piauí durante o período de 2008 a 2012. Foi realizado um estudo ecológico descritivo, com as características epidemiológicas dos casos novos de LV, enfatizando a análise espacial da doença segundo município de infecção. A pesquisa utilizou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e dados do censo demográfico 2010 e de estimativas intercensitárias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi feita a descrição dos casos novos de LV e foram construídos mapas temáticos a partir do cálculo da média de casos novos de LV para os cinco anos de estudo e das taxas de incidência média anual bruta e suavizadas pelo método bayesiano global e local, por 100.000 habitantes. A pesquisa de autocorrelação espacial foi realizada através do cálculo dos índices de Moran global e local. No período de estudo foram notificados 990 casos segundo município de infecção, 858 (86,67%) eram casos novos e 87 (8,79%) tiveram o campo de preenchimento “tipo de entrada” como ignorado/branco. Teresina foi responsável por 33,80% dos casos do Piauí durante o período analisado, o estado apresentou uma taxa de incidência média bruta de 5,50 casos por 100 mil habitantes no período de estudo, com maior incidência registrada no ano de 2011 com 6,37 casos por 100 mil habitantes, enquanto Teresina apresentou maior taxa de incidência em 2008, com taxa de incidência anual 8,35 casos por 100 mil habitantes. Cerca de 2/3 dos casos eram de indivíduos residentes em área urbana e do sexo masculino, 44,38% dos casos ocorreram em menores de 10 anos de idade, a coinfecção HIV/LV foi vista em 12,24% e quase todos os casos foram autóctones do município de residência e notificados no próprio estado do Piauí. O estudo observou que 127 (56,70%) municípios piauienses apresentaram casos de LV no período e que a distribuição espacial dos municípios com as maiores médias de casos demonstra uma concentração em municípios mais populosos do estado, e mais da metade dos municípios com transmissão intensa da LV fazem fronteira com o Maranhão, além disso, as regiões centro e norte do estado apresentaram maior transmissão da doença com quase todos os municípios com casos no período. As taxas de incidência bruta e suavizada pelo método bayesiano global demonstraram falta de padrão espacial típico e baixo índice de Moran global, porém estatisticamente significativo (p<0,05). Através da análise da taxa de incidência suavizada pelo método bayesiano local foi possível observar áreas com maior incidência da doença e um aglomerado de municípios com elevada incidência, formando um corredor que vai do norte piauiense seguindo espacialmente pelo lado da fronteira com o Maranhão até a fronteira com a Bahia. Além disso, com o índice de Moran local e a taxa de incidência suavizada pelo método bayesiano local, foi possível a identificação das áreas com maior risco de adoecimento por LV e as áreas com menor incidência da doença no estado. Portanto, o conhecimento das características dos casos de LV no Piauí e a identificação de áreas do estado com maior risco de LV podem contribuir para o fornecimento de informações para o desenvolvimento de ações efetivas direcionadas ao controle e vigilância da LV. |