Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Agnes Antônia Sampaio |
Orientador(a): |
Gontijo, Célia Maria Ferreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/10921
|
Resumo: |
O conhecimento dos reservatórios de Leishmania spp. é crucial para o estabelecimento de medidas eficientes de controle das leishmanioses. A detecção, identificação da espécie de Leishmania bem como a quantificação da carga parasitária em diferentes amostras de animais podem ser ferramentas úteis na indicação da participação de um determinado hospedeiro como fonte de infecção para os vetores. Neste trabalho foi realizado um estudo sobre a infecção por Leishmania spp. em roedores e marsupiais em áreas endêmicas para as leishmanioses de Minas Gerais. As amostras utilizadas foram provenientes de pequenos mamíferos capturados em cinco localidades: Regional Nordeste de Belo Horizonte, Município de Divinópolis, Terra Indígena Xakriabá no Município de São João das Missões, Barra do Guaicuí em Várzea da Palma e Casa Branca, localidade pertencente ao Município de Brumadinho. A detecção e quantificação do DNA de Leishmania foram realizadas através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e PCR em tempo real (qPCR) direcionadas ao alvo kDNA e a identificação da espécie através da PCR-RFLP direcionada ao hsp70. Foram capturados animais pertencentes a 14 diferentes espécies, das ordens Rodentia e Didelphimorfia. Os resultados mostraram que, em geral, a maioria dos animais foi capturada em áreas não urbanizadas e a maioria dos espécimes pertencem a ordem Rodentia. Dos 346 animais examinados, 78 (22%) foram positivos em pelo menos um tecido. A maior positividade foi observada na Terra Indígena Xakriabá (35%), seguido pela Regional Nordeste de Belo Horizonte (27%), Casa Branca (24%), Divinópolis (9%) e Barra do Guaicuí (8%). Quanto às espécies de animais, Thrichomys apereoides e Didelphis albiventris tiveram um número expressivo de exemplares capturados (76 e 113 respectivamente) e uma positividade considerada alta (28% e 19%). Com relação aos tecidos, o fígado apresentou maior positividade (14%), seguido por medula (9%), baço (6%), pele de orelha (5%) e pele de cauda (4%). Nas amostras dos animais foram identificadas as espécies L. (V.) braziliensis, L. (L). infantum e L. (V.) guyanensis, sendo que a primeira foi encontrada infectando um maior número e uma maior diversidade de espécies de animais. Os animais capturados na Terra Indígena Xakriabá apresentaram a carga parasitária mais elevada, e, com relação às espécies dos hospedeiros, T. apereoides foi o que apresentou a maior carga parasitária. Quanto aos tecidos, houve uma alta positividade em amostras de fígado enquanto as amostras de baço apresentaram uma alta carga parasitária, o que aponta para a importância desses órgãos na infecção dos pequenos mamíferos por Leishmania spp.. A pele de orelha se mostrou eficiente na detecção das três espécies de Leishmania encontradas. Os resultados obtidos, aliados ao conhecimento epidemiológico da área, mostraram a importância da participação deste animais no ciclo de transmissão de Leishmania nas áreas endêmicas estudadas. Esses dados ressaltam a necessidade de mais estudos a respeito destas diferentes espécies de mamíferos, possíveis reservatórios de Leishmania spp., visando a implementação de novas estratégias de vigilância epidemiológica e aplicação de medidas de controle específicas, tanto para leishmaniose tegumentar como para leishmaniose visceral. |