Cuidado à população LGBT: iniciativas das equipes da atenção primária em saúde no município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Brandão, Bruno Alves
Orientador(a): Siqueira, Sandra Aparecida Venâncio de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54876
Resumo: Introdução: A população de lésbicas, gays e transexuais e travestis (LGBT) é vítima de preconceitos e atitudes excludentes na nossa sociedade, que dificultam seus acessos e minam seus direitos à saúde integral. Apesar dos avanços na elaboração de programas e políticas públicas direcionadas a esse público, o acesso aos serviços de saúde limitado e cuidados específicos ofertadosse mostram muito aquém de suas necessidades. Objetivo:Analisar iniciativas desenvolvidas pelas Equipes da Atenção Primária em Saúde dirigidas à população LGBT no município do Rio de Janeiro e examinar como essas podem promover o cuidado à população. Abordagem metodológica:Foram utilizados os métodos quantitativo e qualitativo. A abordagem quantitativa foi empregada para o mapeamento e descrição das atividades por meio de questionários dirigidos a gestores e profissionais. Na parte qualitativa foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os realizadores das atividades, que permitiram a formulação das seguintes categorias de análise: acesso ao serviço e ao cuidado, integralidade do cuidado, vínculo com a equipe de saúde e qualificação do serviço cuidado. Resultados:Predominam atividades de grupo usuário LGBT lideradas, principalmente, por médicos. Várias dessas ações foram interrompidas nos últimos anos em razão de dificuldades de conciliação com outras atividades e pouca disponibilidade de pessoal. Pouca compreensão das necessidades de saúde e vista como barreira ao acesso eintegralidade do cuidado, sendo a população trans a mais afetada. Estabelecimento de vínculo relacionado ao profissional que desempenha as atividades. Evidenciou-se que os serviços estão pouco preparados, mesmo para manejo de questões cotidianas, como o uso do nome social.Discussão: Buscou-se promover um diálogo entre os achados e as dimensões da gestão do cuidado propostas pelo autor Luiz Carlos Cecílio - individual, familiar, profissional, organizacional, sistêmica e societária - com o intuito de compreender como as atividades estudadas podem colaborar para a integralidade do cuidado para o segmento LGBT. Conclusão:Apesar da potencialidade das atividades estudadas, estas se devem mais as iniciativas individuais dos trabalhadores do que de uma ação sistemática de política de governo, o que gera inúmeros obstáculos à sua realização. A superação dessas dificuldades requer o desenvolvimento de ações institucionais para a qualificação dos serviços de saúde em lidarem com as questões da população LGBT, como é previsto naPolítica Nacional de Saúde Integral de LGBT.