Testes de citotoxicidade in vitro no controle da qualidade de biomateriais empregados em luvas utilizadas por profissionais da FIOCRUZ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lemos, Renata Calil
Orientador(a): Zamith, Helena Pereira da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35570
Resumo: Considerando a importância do conhecimento das manifestações de reações tóxicas que levam a dermatites de contato irritativa em mãos dos trabalhadores na área de saude, é compreendida a importância da inserção de metodologias para avaliação da citotoxicidade na legislação brasileira de luvas, como um dos requisitos mínimos para garantir a utilização segura destes produtos pelos profissionais. É importante salientar que com o controle cada vez mais rigoroso em relação ao uso de animais de laboratório, é necessária a utilização de testes in vitro que possam detectar a toxicidade de dispositivos médicos. Testes de citotoxicidade in vitro pelos métodos de difusão em ágar, contato direto, eluição e captação de vermelho neutro, podem ser utilizados como uma primeira etapa na avaliação biológica de luvas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a citotoxicidade in vitro de luvas cirúrgicas de látex de borracha natural e de luvas de procedimentos nitrílicas e vinílicas em culturas de células L929 de fibroblastos de camundongo. Trinta e cinco amostras de luvas de marcas e lotes diferentes, utilizados em dois hospitais sentinelas e em uma unidade de pesquisa da FIOCRUZ, foram analisadas pelo ensaio de citotoxicidade in vitro - métodos de difusão em ágar, contato direto, eluição e captação de vermelho neutro. No método de difusão em ágar, todas as luvas foram consideradas citotóxicas, ou seja, 100% das luvas de látex com e sem pó foram moderadamente citotóxicas (grau 3), assim como 25% das luvas nitrílicas e 33% das luvas vinílicas sem pó, enquanto foram levemente tóxicas, 75% das luvas nitrílicas e 67% das vinílicas (grau 2). No contato direto, todas as amostras foram consideradas moderadamente citotóxicas (grau 3). No método de eluição, empregando-se extratos de amostras em meio de cultura essencial mínimo (MEM) completo, 43% dos extratos das luvas de látex, 25% das nitrílicas e 33% das vinílicas apresentaram grau 4 de citotoxicidade e as restantes 57% de látex, 75% de nitrílicas e 67% das vinílicas, grau 3. No ensaio pelo método de captação de vermelho neutro, as concentrações de extratos em MEM completo que causaram 50% de letalidade celular (CI50) obtidos para as 28 luvas de látex (21 com pó e 7 sem pó) variaram de 4,6 % a 22,5%, enquanto para as luvas nitrílicas e vinílicas variaram de 26,6% a 81,7%. Logo, através do método por captação do vermelho neutro foi possível diferenciar a menor citotoxicidade das luvas nitrílicas e vinílicas em relação às luvas de látex. Recomenda-se a inclusão obrigatória de pelo menos dois métodos de ensaio na legislação brasileira para avaliação da citotoxicidade de luvas, o de difusão em ágar e o de eluição. O método de difusão em ágar foi o que melhor diferenciou a citotoxicidade das luvas de látex, nitrílicas e vinílicas e o ensaio de eluição permitiu avaliar a citotoxicidade proveniente de substâncias químicas extraíveis a partir das amostras. O método de captação de vermelho mostrou-se promissor, pois permite a determinação de citotoxicidades relativas de amostras, a partir dos valores de CI50. O trabalho ressalta a gravidade em relação ao potencial citotóxico das luvas detectado nos 4 métodos de ensaio empregados, considerado relevante para os trabalhadores e pacientes expostos a estes produtos.