Modelagem dos efeitos dos aerossóis de queimadas para a saúde humana na Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Carmo, Cleber Nascimento do
Orientador(a): Hacon, Sandra de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34297
Resumo: A poluição atmosférica é um problema frequente durante a estação seca na Amazônia. As queimadas na região amazônica contribuem para 70% das emissões de partículas finas, aproximadamente, e apresentam efeitos diretos para o sistema respiratório, em especial para crianças. Esta tese apresenta um panorama de estudos sobre o efeito agudo da poluição atmosférica na saúde humana e aborda aspectos metodológicos sobre a análise de dados de séries temporais e indicadores de exposição para o município de Rio Branco, Amazônia Ocidental. Foram realizadas duas revisões sobre estudos de séries temporais de efeitos da poluição atmosférica na saúde humana. O primeiro fez um levantamento dos estudos realizados sobre poluição atmosférica nos locais de maior incidência de queimadas no planeta: Amazônia, Estados Unidos, Austrália e Ásia. Como resultado, foram encontradas concentração de estudos realizados na Austrália e predominância de estudos realizados com o método modelos aditivos generalizados. O segundo estudo fez uma revisão sistemática dos métodos estatísticos empregados sobre técnicas de séries temporais, entre 2000 e 2010, para estimação de efeitos à saúde humana de poluentes atmosféricos, na América Latina, especialmente no Brasil, destacando algumas limitações que afetam esse campo do conhecimento. Houve uma concentração de estudos sobre poluição atmosférica urbana em grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Santiago e Cidade do México. Aspectos metodológicos para estudos realizados em região Amazônica também foram abordados. O terceiro estudo investigou a estrutura de defasagem entre a exposição à fumaça de queimadas e o desfecho de internação hospitalar. Neste sentido, regressões de Poisson via modelos de função de transferência foram utilizados para estimar o efeito defasado do poluente. Foram encontradas associações no segundo dia de defasagem entre a exposição e o desfecho. O quarto estudo abordou a utilização de diferentes formas de obtenção de material particulado fino como indicador de exposição à fumaça das queimadas. Riscos relativos de efeitos à saúde decorrentes da exposição ao material particulado obtido por medidas diretas e por estimativas foram comparados. Modelos aditivos generalizados foram utilizados para analisar a associação entre a demanda diária de internações por doenças respiratórias e níveis diários de material particulado obtido com dados in situ, dados de profundidade óptica de aerossóis e dados do modelo atmosférico CCATTBRAMS, entre agosto a dezembro de 2009. Não foram encontradas associações significativas. O modelo CCATT-BRAMS apresentou medidas de PM2,5 com correlação linear de 0,63 com dados in situ, com 28% dos registros superestimados. Os dados obtidos pela profundidade óptica apresentaram correlação de 0,42, subestimando em 14%, aproximadamente a média diária de exposição ao PM2,5. Os melhores ajustes foram verificados para os dados modelados. Os riscos relativos obtidos pelo modelo CCATT-BRAMS apresentaram dispersões semelhantes, porém menores quando comparados aos dados in situ. Como conclusão, a tese mostra que há evidências estatísticas de efeitos agudos da exposição ao material particulado à saúde de crianças. Evidenciou-se também que os dados estimados de PM2,5 podem ser utilizados alternativamente para análise de associação da exposição ao PM2,5 e efeitos à saúde na Amazônia, ainda que os mesmos suavizem as estimativas.