Consumo de produtos lácteos e a estimativa da ingestão de sódio por crianças brasileiras de 4 a 8 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sant' Ana, Marcio Augusto Ribeiro
Orientador(a): Silva, Ilce Ferreira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34395
Resumo: Introdução: O consumo de produtos lácteos (bebidas lácteas, compostos lácteos e leites líquidos e em pó) por crianças tem se constituído em uma das principais fontes de consumo excessiva de sódio na infância, tanto no Brasil quanto no mundo, se configurando num sério problema de saúde pública. Objetivo: Determinar o padrão de concentração de metais essenciais (Na, K, Ca, Fe, P, Mg, Zn e Se) contido no leite fluido integral UHT, leite em pó integral, compostos lácteos e bebidas lácteas não fermentadas UHT sabor chocolate das marcas comercializadas na cidade de São Luís/MA, relacionando as quantidades de sódio informadas nos rótulos, com aquelas encontradas nos produtos e as concentrações tabeladas pela Pesquisa de Orçamento Familiar (POF/IBGE) . Estimar a ingestão diária de sódio de acordo com o consumo teórico de leite fluido integral UHT, leite em pó integral, compostos lácteos e bebidas lácteas não fermentadas UHT sabor chocolate numa dieta padrão de crianças brasileiras de 4-8 anos, em relação às recomendações de ingestão diária de sódio recomendadas pela OMS. Métodos: O presente estudo foi realizado em duas etapas: A primeira foi uma análise química do teor de sódio contido em amostras de bebidas lácteas não fermentadas UHT sabor chocolate, leite fluido integral UHT, leite em pó integral e compostos lácteos, das marcas disponíveis em diferentes supermercados no município de São Luís, Maranhão, utilizando os métodos Espectrometria de Emissão Óptica por Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-OES) e Espectrometria de Emissão Atômica por Chama (fotometria de chama). Em seguida foi estimada a ingesta diária de sódio e outros metais essenciais com base no consumo teórico dos produtos lácteos numa dieta padrão de crianças de 4-8 anos da região Nordeste do Brasil, comparando com as recomendações OMS e Dietary Reference Intakes (DRI). Resultados: As medianas das concentrações de sódio observadas em 200 mL das bebidas lácteas (255,15 mg), leite fluido integral UHT (229,27mg), leite em pó integral (737,17 mg), e composto lácteo (793 mg) foram significativamente maiores do que os valores declarados nos rótulos (p< 0,05). O consumo de 200 mL dos alimentos lácteos analisados poderia levar à ingesta média de 12% a 39,6% da quantidade de sódio recomendada para um adulto pela OMS, sendo que o leite em pó e os compostos lácteos foram os produtos com maiores concentrações de sódio. Em todos os alimentos lácteos analisados, a mediana da concentração de sódio observada nos alimentos lácteos foi superior aos valores tabeladas pela POF, variando de 96,8% (bebida láctea) até 339,0% (compostos lácteos). O método de Fotometria de chama se mostrou mais eficiente na análise de sódio e potássio, comparada ao método de ICP-OES. Conclusão: Foi observado que a concentração de sódio em 200 mL dos alimentos lácteos integrais analisados foram estatisticamente superiores aos valores declarados na rotulagem e dos valores tabelas pela POF, independente do método analítico utilizado. Os alimentos com as maiores concentrações de sódio não apresentaram necessariamente maiores concentrações de outros minerais essenciais analisados (Ca, Fe, K, Mg, P e Zn). O método de fotometria se mostrou mais eficaz e preciso do método de ICP-OES, para determinação das concentrações de sódio e potássio em todos os alimentos analisados. Além disso, foi verificado que o consumo da quantidade de alimentos lácteos recomendada pela OMS para crianças de 4 a 8 anos (600 mL), poderia levar à ingestão de uma concentração de sódio de 10% a 86,5% maior do que aquela recomendada pela OMS e DRI (até 2000 mg).