Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Tassinari, Wagner de Souza |
Orientador(a): |
Carvalho, Marilia Sá |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2539
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Resumo: |
A leptospirose, enfermidade causada por uma espiroqueta patogênica do gênero Leptospira, é uma das zoonoses mais difundidas no mundo, considerada um importante problema de saúde pública estando associada a falta de saneamento e a pobreza. Sendo endêmica no Brasil, dados provenientes da vigilância epidemiológica apontam que surtos de leptospirose ocorrem como epidemias cíclicas anuais durante intensas chuvas. O objetivo desta tese foi modelar os fatores de risco associados a ocorrência de leptospirose urbana em diferentes contextos, com especial atenção para aspectos espaciais e temporais. Foram utilizadas técnicas de modelagem tais como, modelos generalizados aditivos e mistos. Também explorou-se técnicas de detecção de aglomerados espaço-temporais. Nesta tese foi priorizado o uso de softwares livres - R, sistema operacional linux ubuntu, LaTeX, SatScan (este sendo não livre porém gratuito). Esta tese foi elaborada sob forma de três artigos. No primeiro artigo é apresentada uma análise espaço-temporal da ocorrência de casos de leptospirose no município do Rio de Janeiro entre 1997 e 2002. Utilizando o método de detecção de aglomerados espaço-temporais - “surtos” - foram estatísticamente significativos somente nos anos de 1997 e 1998. Modelos Lineares Generalizados Mistos foram utilizados para avaliar fatores de risco associados a ocorrência dos casos que pertenceram aos surtos em relação aos casos endêmicos. Os casos pertencentes aos surtos estão associados com a ocorrência de chuvas acima de 4mm (OR, 3,71; 95 % CI, 1.83-7.51). Não foram encontradas associações significativas com as covariáveis socioeconômicas, ou seja, sendo endêmica ou epidêmica a leptospirose ocorre na mesma população. No segundo e terceiro artigos analisou-se um inquérito de soroprevalência e uma coorte de soroconversão realizados na comunidade em Pau da Lima, Salvador, Bahia. Em ambos foram utilizados Modelos Generalizados Aditivos para modelar variáveis de exposição tanto no nível dos indivíduos quanto no nível do contexto do peridomicílio, e bem como estimar a superfície espacial de risco de contrair leptospirose. Foram significativas as variáveis: sexo, idade, presença de ratos no peridomicílio, proximidade da residência de um aglomerado de lixo ou de um esgoto aberto e altitude do domicílio em relação ao nível do mar. Os estudos mostram que as variáveis individuais e contextuais explicam grande parte da variabilidade espacial da leptospirose, porém ainda existem fatores que não foram mensurados nos estudos mas que merecem ser investigados. Os mapas de risco de soroprevalência e de soroconversão apontam distintas regiões onde o efeito espacial é significantemente diferente da média global. Ainda falta uma integração mais sólida entre os profissionais que desenvolvem e operam os SIGs, epidemiologistas e os bioestatísticos. Essa integração representa um avanço importante viabilizando o desenvolvimento e a utilização dessas técnicas em prol da Saúde Pública. O estudo da prevalência e da incidência das endemias urbanas, no caso a leptospirose, tem grande complexidade e muito ainda a avançar. A reunião de expertises oriundas de várias áreas do conhecimento humano (ex: clínicos, epidemiologistas, geógrafos, biólogos, estatísticos, engenheiros, etc.) é indispensável para avançar no conhecimento sobre as doenças e suas relações com a desigualdade social e ambiental assim a contribuir para na criação de medidas eficazes e efetivas no controle de endemias. |