Avaliação fenotípica in vitro de novas amidinas aromáticas sobre Trypanosoma cruzi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Marianne Rocha Simões
Orientador(a): Soeiro, Maria de Nazaré Correia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12859
Resumo: A doença de Chagas (DC), causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é uma doença negligenciada endêmica em diferentes regiões empobrecidas da América Latina. O tratamento, baseado em dois nitroderivados, Nifurtimox e Benzonidazol (Bz), é insatisfatório, demandando a busca de novos fármacos com ação tripanocida que sejam mais seletivos e eficazes. Nesse âmbito, o presente trabalho busca a identificação de novos agentes antiparasitários para a DC, explorando a avaliação fenotípica de novas amidinas aromáticas sintéticas in vitro incluindo ensaios de combinação entre estes compostos. Dez novas amidinas foram testadas sobre tripomastigotas sanguíneos e amastigotas de diferentes cepas do T. cruzi (Y e Tulahuen) e também sobre células de mamífero hospedeiras (linhagem L929 e células cardíacas) para determinar seu perfil eficácia e de toxicidade, respectivamente. Dentre as moléculas testadas (apresentando um ou dois grupamentos catiônicos terminais), cinco foram mais ativas sobre tripomastigotas sanguíneos que o fármaco de referência (Bz), sendo uma delas, a DB2267 (molécula dicatiônica) a mais eficaz, exibindo EC50 de 0,23 \03BCM e um índice de seletividade (IS) de 417. Esta diamidina foi 28 vezes mais ativa e cerca de três vezes mais seletiva que Bz Para determinar se a combinação de duas amidinas teria um efeito tripanocida superior ao seu uso em monoterapia, tripomastigotas sanguíneos foram incubados com DB2267 e DB2236 em proporções fixas e os resultados mostraram apenas um efeito aditivo com \01A9FIC<4. Interessantemente, quando formas intracelulares foram expostas à DB2267, sua atividade foi relacionada à cepa do parasito, sendo eficaz (EC50 = 0.87 ± 0.05 \03BCM) contra DTU II (cepa Y), mas não contra um representante da DTU VI (Tulahuen), mesmo quando utilizamos veículo diferente do DMSO (\03B2-ciclodextrina). Esta divergência pode estar relacionada a diferenças inerentes aos alvos e/ou rotas metabólicas das cepas do parasito e que merecem ser mais investigadas visando conhecer melhor a relação entre as características estruturais e ação universal das moléculas sobre DTUs e formas do T. cruzi para o desenho de compostos mais promissores. Devido à fluorescência intrínseca apresentada pelas amidinas, a captação de duas delas foi avaliada. Os dados obtidos com a amidina não ativa (DB2236) e com a outra ativa (DB2267) sobre amastigotas da cepa Y revelaram que ambas foram localizadas intracelularmente, mas em compartimentos distintos: DB2236 no citoplasma, enquanto DB2267 no núcleo. Nossos dados são encorajadores a respeito da atividade antiparasitária das amidinas aromáticas, no tocante a futuras investigações de novos agentes promissores para o tratamento da DC