Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Silva, Cristiane França da |
Orientador(a): |
Soeiro, Maria de Nazaré Correia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5523
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Resumo: |
O atual tratamento da doença de Chagas (DC) se baseia em dois compostos nitroderivados, o Nifurtimox (Nf) e benznidazol (Bz), ambos introduzidos na clínica médica há cerca de 40 anos e que têm sido considerados insatisfatórios principalmente devido à baixa atividade, sobretudo na fase crônica, além de alta toxicidade e/ou ocorrência de isolados do parasito resistentes a ambos nitroderivados. Assim como um dos principais desafios ainda a serem enfrentados há mais de cem anos depois da descoberta da DC diz respeito a identificação de novas terapias alternativas para o tratamento desta negligenciada parasitose, esta temática representou o principal objetivo da presente tese. Assim, estudos in vitro e in vivo foram conduzidos visando avaliar a eficácia de amidinas aromáticas, incluindo diamidinas e arilimidamidas (AIAs) sobre o T.cruzi, analisando ainda a localização e distribuição dos compostos aromáticos assim como seus alvos celulares. Nossos dados revelaram a ação tripanocida de diamidinas e AIAs sobre formas sanguíneas e amastigotas do parasito, em faixa micro e nanomolar, respectivamente. Alguns dos compostos estudados, em especial as AIAs DB745 e DB1831 exibiram excelente efeito sobre formas sanguíneas na presença de sangue a 4oC, demonstrando seu potencial uso também na profilaxia de bancos de sangue. De modo geral, as amidinas testadas, incluindo as AIAs, apresentaram superior eficácia que as drogas de referencia, incluindo o Bz e a violeta de genciana. AIAs como a DB745 foram ativas sobre diferentes cepas do T.cruzi, incluindo YuYu e Colombiana, que apresentam resistência natural a nitroderivados. Estudos ultra-estruturais e por ensaios fluorescentes (microscopia e citometria de fluxo) revelaram que o núcleo e a mitocôndria do parasito representam potenciais alvos dos compostos estudados. No entanto, não foi observada correlação entre atividade e maior acúmulo destes agentes na mitocôndria (kDNA) do T.cruzi. Os ensaios in vivo demonstraram que estes compostos aromáticos são ativos sobre modelos experimentais de infecção aguda pelo T.cruzi, reduzindo carga parasitária e a inflamação, oferecendo 100% de proteção na mortalidade dos animais tratados. A AIA DB1965 revelou eficácia semelhante ao Bz e a sua combinação com esta droga de referência resultou em 100% de sobrevida e níveis superiores a 99% de supressão de parasitemia, sem alcançar cura parasitológica avaliada pelo hemocultivo e PCR. O excelente efeito de amdinas, em especial de AIAs contra o T. cruzi, reforça o rastreamento por novos análogos que possam ser usados sozinhos ou em combinações com outras drogas, para o tratamento da doença de Chagas. |