Análise da liberação de NETs por neutrófilos de pessoas vivendo com HIV, e seu efeito sobre a replicação do HIV-1 em macrófagos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gonçalves, Barbara Simonson
Orientador(a): Bou Habib, Dumith Chequer
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52525
Resumo: A liberação das redes extracelulares é um mecanismo da resposta imune inata mediada por neutrófilos, que se caracteriza pela exteriorização de cromatina associada a proteínas de grânulos e citoplasmáticas sob a forma de uma rede/armadilha (Neutrophil Extracellular Traps – NETs). Neutrófilos liberam NETs após sua ativação por inúmeros agentes, inclusive o HIV-1, o qual é retido e inativado por essas redes. Estudo prévio de nosso grupo demonstrou que NETs liberadas por neutrófilos de indivíduos saudáveis inibem fortemente a replicação do HIV-1 em macrófagos infectados in vitro. Embora o cenário da infecção pelo HIV-1 favoreça o recrutamento e ativação de neutrófilos, e a indução de NETs, não está claro se neutrófilos de pessoas vivendo com HIV (PVH) liberam NETs in vitro e se essas estruturas estão presentes no plasma. O presente trabalho teve por objetivo verificar essa liberação in vitro, e se as NETs são capazes de modificar a replicação viral em macrófagos. Observou-se níveis elevados de complexos DNA-elastase no plasma, que se correlacionam positivamente com a concentração de LPS circulante, e que os neutrófilos desses indivíduos são capazes de liberar NETs in vitro mediante ativação com IL-8 e TNF-α. Isto sugere que a infecção pelo HIV-1 amplia a formação e a circulação de NETs e que a translocação microbiana pode contribuir para esse fenômeno. Observou-se também que as NETs reduzem a replicação viral em macrófagos infectados in vitro pelo HIV-1 e que a mieloperoxidase recombinante é capaz de reproduzir essa inibição. Além disso, foi verificada uma redução na integração do cDNA viral ao genoma da célula hospedeira, o que explica, pelo menos em parte, a inibição da replicação pelas NETs. Estes resultados indicam, portanto, a participação das NETs na fisiopatogenia da infecção pelo HIV-1