Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Santos, Ana Amélia Nunes |
Orientador(a): |
Ristow, Paula Carvalhal Lage von Buettner |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20945
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A leptospirose é um importante agravo de saúde pública e afeta ao menos um milhão de humanos por ano no mundo. Ratos de esgoto (Rattus norvegicus) são os principais reservatórios de leptospiras patogênicas nas áreas urbanas e excretam, através da urina, elevadas quantidades de bactérias diariamente. As leptospiras sobrevivem no ambiente e são transmitidas para novos hospedeiros através do contato com mucosas e pele. Leptospiras patogênicas formam densos biofilmes in vitro. A patogênese da leptospirose em reservatórios crônicos é pouco conhecida. OBJETIVO: Estudar a formação de biofilme por Leptospira interrogans em R. norvegicus capturados em uma área hiperendêmica de Salvador, Bahia, Brasil. MATERIAIS E MÉTODOS: Capturamos 86 ratos, dos quais 76 (88,4%) foram considerados portadores de L. interrogans através da avaliação por imunohistoquímica (IHQ) anti-L. interrogans e/ou Reação em Cadeia da Polimerase quantitativa em Tempo Real (RT-qPCR) utilizando iniciadores específicos para o gene lipL32. RESULTADOS: Ao exame de IHQ anti-L. interrogans, 69 ratos foram positivos. Destes, 24 (35%) apresentaram co-localização dos túbulos contorcidos proximais (TCP) positivos à IHQ anti-L. interrogans e ao Alcian blue pH 2,5 (AB). A co-localização positiva confirmou a presença de biofilme no interior dos TCP. A coloração especial pelo Mucicarmim de Mayer (MM) resultou negativa no rim de todos os animais colonizados. A coloração positiva ao AB indicou que a matriz extracelular do biofilme pode ser composta de mucopolissacarídeos ácidos ou alginato; já a coloração negativa ao MM excluiu a composição por mucinas. A microscopia eletrônica de varredura usando vermelho rutênio (VR) revelou densa deposição de matriz extracelular amorfa entre as espiroquetas, indicando composição mucopolissacarídica ou glicoproteica da matriz do biofilme. A média de ratos apresentando túbulos colonizados (TC) com co-localização positiva foi estatisticamente maior do que a média de animais que apresentaram TC mas não apresentaram co-localização (p=0.0059), o que demonstra uma associação positiva entre a intensidade de túbulos colonizados e a formação de biofilme. Nenhuma associação significativa para idade, sexo ou local de captura foi identificada para ratos com presença de biofilme renal. O exame histopatológico evidenciou discretas alterações renais em ratos colonizados e com biofilme. CONCLUSÕES: A formação de biofilmes por L. interrogans em reservatórios crônicos pode representar um novo mecanismo de virulência na leptospirose. Além disso, esse fenótipo pode interferir no modo de transmissão e sobrevivência de leptospiras no ambiente. Esperamos desta forma contribuir para o conhecimento da patogenia da leptospirose e para o desenvolvimento de novas estratégias para o seu controle. |