Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Maia, Otávio Fabrício Lemos Corrêa |
Orientador(a): |
Cunha, Marize Bastos da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24294
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Resumo: |
Esta dissertação objetiva discutir as interpretações feitas por usuários hipertensos quanto à experiência de ser cuidado, vivenciada em uma Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS), que tem como linha de cuidado a Estratégia Saúde da Família; no município de Juiz de Fora, Minas Gerais. Para alcançar a dimensão da experiência lançamos mão de uma abordagem qualitativa de cunho sócio-antropológico; entrevistas abertas, observação participante e uso do diário de campo foram os instrumentos empregados na coleta de dados. A revisão bibliográfica se pautou em trabalhos das Ciências Sociais e da Saúde Pública. Na oportunidade visitamos autores como Marshall Shalins, Paulo Freire e De Certeau, que nos emprestam argumentos na construção do referencial teórico em que se discute: a Estratégia Saúde da Família, enquanto política de cuidado; o cotidiano de cuidado em uma UAPS; o cuidado ao hipertenso; a relação entre experiência e cultura; e o conhecimento das classes populares. O presente trabalho de dissertação estrutura-se sobre três principais eixos: A etnografia do espaço de cuidado, onde temos por proposta caracterizar a dinâmica de funcionamento da UAPS; O contexto, caracterização das localidades em que vivem o usuário hipertenso; Experiência e conhecimento, momento no qual desenvolvemos discussão quanto à relação entre a experiência de ser cuidado e a construção do conhecimento. A experiência do cuidado se constitui da relação dialética entre convenção e invenção, entre ordem cultural e experiência individual. A biografia do usuário hipertenso, bem como sua capacidade de invenção e criatividade são elementos que respondem pela experiência de ser cuidado. O cuidado ao hipertenso implica na construção de diálogo entre saberes, portanto, entre culturas. A mudança de hábitos, sugerida pelos profissionais de saúde, relativos à alimentação, práticas de atividades físicas, bem como ao tratamento médico, cria um processo de rediscussão das categorias culturais que emprestam sentido à compreensão dos hipertensos quanto ao processo saúde e doença. Como particularidade da sociedade brasileira, o SUS reproduz no espaço de cuidado, compreendido aqui como a UAPS, seu sistema de relação social, reproduzindo, portanto suas desigualdades, harmonias, conflitos e resistências. No espaço de cuidado, aspectos relativos à cultura brasileira figuram em seu cotidiano, como a emocionalidade, a caridade e a lei personalizada. |