Avaliação hematológica, bioquímica e clínica do uso de dietilditiocarbamato (DETC) no tratamento in vitro e in vivo da leishmaniose visceral canina natural e experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Kleverton Ribeiro da
Orientador(a): Barral, Aldina Maria Prado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18005
Resumo: INTRODUÇÃO: A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose causada pelo protozoário Leishmania infantum, e tem o cão como reservatório doméstico. Nessa espécie, a leishmaniose visceral canina (LVC) é caracterizada por um amplo espectro de sinais clínicos, variando de acordo com a resposta imune do animal parasitado, o que dificulta o seu diagnóstico. Na busca de um tratamento eficaz, os cães são submetidos a vários agentes terapêuticos e protocolos. Embora alguns protocolos resultem em melhora dos sinais clínicos, as recidivas são frequentes. Além disso, a detecção do parasito na pele dos cães tratados faz com que sua participação no ciclo de transmissão continue, inclusive com risco de infecção de humanos e seleção de cepas resistentes às drogas de referência. Um dos fármacos que já demonstraram ação contra a Leismania é o Dietilditiocarbamato (DETC), um potente inibidor de Superóxido Dismutase (SOD), enzima que atua facilitando a sobrevivência de parasitos intracelulares. OBJETIVO: Os objetivos deste estudo foram testar o DETC, in vitro e in vivo, para o tratamento contra LVC e desenvolver um algoritmo que auxilie no diagnóstico clínico da doença. MÉTODOS: Nos ensaios in vitro foram utilizadas células mononucleares de sangue periférico de cães saudáveis. Nos ensaios in vivo foram utilizados 10 cães experimentalmente infectados e 16 naturalmente infectados com Leishmania infantum. Para o algoritmo foram realizados testes sorológicos e avaliação clínica em 443 cães de Teresina (PI). RESULTADOS: Os resultados in vitro demostraram que o fármaco possui baixa toxicidade e foi capaz de induzir o parasito à morte por mecanismo semelhante ao encontrado em outros estudos. Nos ensaios com animais experimentalmente infectados o DETC diminuiu a carga parasitária (p=0.0009) e diminuiu os níveis de alanina aminotransferase (p=0.0013). Os testes com cães naturalmente infectados demonstraram que o DETC foi capaz de provocar uma melhora clínica maior que a provocada observada pelo tratamento com Alopurinol. Poucas mudanças nos parâmetros laboratoriais foram vistas nos ensaios in vivo, mostrando a baixa toxicidade da administração do DETC. O algoritmo demonstrou grande interação entre os sinais clínicos, e alguns como onicogrifose, despigmentação de focinho ou ceratoconjuntivite (P <0.001) foram altamente associados com LVC. CONCLUSÕES: O DETC mostrou baixa toxicidade nos modelos in vitro e in vivo, não levou a alterações hematológicas e bioquímicas prejudiciais em nenhum dos dois modelos e diminuiu a carga parasitária e o escore clínico em modelo experimental e natural da LVC, respectivamente. O algoritmo baseado em sinais clínicos para o diagnóstico de LVC podem ajudar os veterinários a fazer uma identificação confiável de cães com LVC em áreas endêmicas.