A disseminação do vírus ZIKA e a Microcefalia no Brasil: estudo de caso no município de Fortaleza, Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Macedo Neto, Jane
Orientador(a): Silva, Cosme Marcelo Furtado Passos da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40180
Resumo: A presente dissertação visou identificar a trajetória mundial do surto de ZIKA que atingiu o Brasil, a partir de maio de 2015 e que foi associado aos milhares de casos de Microcefalia e/ou alterações do Sistema Nervoso Central, sugestivos de infecção congênita (Síndrome Congênita Associada à Infecção pelo Vírus ZIKA SCZ). A ZIKA é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, assim como Dengue e Chikungunya. A hipótese principal da pesquisa é de que o abastecimento inadequado de água potável pela rede pública de Regiões Metropolitanas brasileiras, particularmente no Nordeste, pode estar associado à disseminação do vírus ZIKA e, por consequência, à ocorrência de casos de SCZ. O município de Fortaleza foi escolhido para o estudo de caso em função de mais fácil acesso e qualidade das informações. Em maio de 2016, o estado do Ceará ocupava a quarta posição no ranking nacional de casos notificados de SCZ. A partir da localização dos casos confirmados de SCZ em Fortaleza entre novembro de 2015 e dezembro de 2016 foram construídos três mapas temáticos. Como resultados, foi possível observar que mais da metade dos casos confirmados (54,0%) de SCZ ocorreram em assentamentos precários ou em áreas próximas, e que a maior parte dos casos (76,0%) ocorreram na zona oeste do município, reconhecidamente desassistida em infraestrutura. Segundo o Ministério da Saúde, durante os anos de 2015 e 2016, respectivamente, 82,5% e 76,0% dos focos de infestação do Aedes aegypti, na Região Nordeste, se encontravam em depósitos de água, cujo armazenamento se dá de forma inadequada. A resposta das autoridades brasileiras às epidemias relacionadas ao Aedes aegypti se concentrou, prioritariamente, no combate ao mosquito. Até o momento não foram abordados problemas sistêmicos relacionados aos serviços de saneamento básico que, segundo resultados preliminares da presente pesquisa, podem ter contribuído para a criação de condições ideais à proliferação do vetor associado ao vírus ZIKA.