Inibição do Sistema Antioxidante Parasitário como Alvo contra Esquistossomose mansônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Costa, Rafael Lima
Orientador(a): Santos, Marcos André Vannier dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18765
Resumo: A OMS estima que mais de 200 milhões de pessoas estejam infectadas por Schistosoma sp. no mundo, sendo que menos de 10% dessa população recebe tratamento adequado. No Brasil, a esquistossomose mansônica é endêmica na maioria dos estados, o número de casos confirmados aumentou mais de 100 vezes entre 1995 e 2010 segundo o Ministério da Saúde. Dentre os estados brasileiros, a Bahia apresenta maior área endêmica. Atualmente o tratamento é realizado pela administração de praziquantel e oxamniquina, porém existem relatos de redução da eficácia e resistência a estes fármacos o que aumenta a necessidade por novas drogas e regimes terapêutico. Uma possibilidade nesta busca corresponde a combinação de substâncias, desse modo o emprego de drogas quinolínicas que impedem a detoxificação do heme aliado à inibição do sistema antioxidante do parasito, devem aumentar os efeitos deletérios deste metabólito. Então, com objetivo de avaliar o efeito in vitro da cloroquina (CLQ – cristalização do heme) frente aos vermes adultos do Schistosoma mansoni, bem como do dietilditiocarbamato de sódio (DDC - inibidor da superóxido dismutase) tanto isoladas como combinadas. Para isso a citotoxicidade das drogas foi avaliada pela redução de MTT na cultura de esplenócitos, enquanto a atividade esquistossomicida foi determinada pela sobrevida de vermes adultos na presença das substâncias. Os danos na estrutura do parasito foram avaliados por microscopia eletrônica, enquanto os mecanismos de ação foram investigados pela inibição da formação de cristais de heme, bem como o aumento do estresse oxidativo por meio da avaliação da peroxidação lipídica e atividade da SOD. Desse modo, não observou-se toxicidade significativa pela CLQ e DDC em esplenócitos, e a dose efetiva para morte de 50% dos vermes (ED50) foi 24,3μM para CLQ e 63,1μM para DDC. A combinação das drogas foi mais efetiva na proporção de 4 unidades de CLQ para 1 de DDC, e avaliação ultraestrutural dos parasitos submetidos a esse tratamento evidenciou perda do tegumento, assim como na composição do trato digestório. As investigações bioquímicas realizadas demonstraram que esta proporção aumenta a peroxidação lipídica e inibe a formação de hemozoína drasticamente. Estes resultados apontam para uma nova possibilidade terapêutica para esquistossomose, que pode auxiliar no controle desta doença e no impacto social e econômico que provoca.