Fatores de risco para leptospirose como doença ocupacional em surto no interior do Ceará: estudo de caso controle

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Oliveira, Patrícia Pereira Vasconcelos de
Orientador(a): Araújo, Wildo Navegantes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24554
Resumo: Atualmente, no Brasil, 28% dos casos notificados de leptospirose estão relacionados a áreas rurais. Nessas áreas, a transmissão da leptospirose ocorre de forma indireta, normalmente, ligada ao processo de trabalho das pessoas que lidam com produção de grãos e cereais. Em 2008 no município de Várzea Alegre/CE ocorreu um surto de leptospirose em agricultores envolvidos com o cultivo de arroz. Na ocasião foi desenvolvido um estudo seccional no qual foram levantadas algumas hipóteses e dentre elas que o adoecimento por leptospirose ocorreu devido à atividade laboral desenvolvida pelos trabalhadores na lavoura de arroz. O objetivo deste trabalho foi identificar fatores de risco para o adoecimento por leptospirose, relacionados à atividade laboral, em surto do município de Várzea Alegre a partir de um estudo de caso controle (1:2) de base populacional do período de janeiro a julho de 2008. Considerou-se caso confirmado de leptospirose o indivíduo que apresentou titulação de anticorpos para leptospirose maior ou igual a 1:100 pelo método da soroaglutinação microscópica e controle o indivíduo sadio com resultado laboratorial negativo para anticorpos para leptospirose pelo mesmo método. Foram desenvolvidas análises bi e multivariadas. Dois modelos teóricos foram elaborados e avaliados. No primeiro modelo teórico, os fatores de risco associados foram ser do sexo masculino e ter trabalhado na lavoura do arroz. Sendo assim, para identificar quais os fatores de risco, intrinsicamente, ligados a lavoura do arroz puderam estar relacionados ao desfecho, decidiu-se por realizar um segundo modelo entre os casos que relataram ter trabalhado na lavoura. No segundo modelo, o uso de roupas curtas desprotegidas (OR=5,3; IC95%=1,6-17,5) e jornada de trabalho acima de oito horas (OR=3,9; IC95%=1,1-14,6) foram independentemente associadas à infecção por leptospira.