Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Cordeiro, Ana Paula da Silveira |
Orientador(a): |
Hennington, Élida Azevedo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19670
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Resumo: |
Considerando a inserção dos bancos no setor de serviços, sua história e principais mudanças sofridas na organização do trabalho a partir da primeira grande reforma bancária no ano de 1964 e, posteriormente, da reestruturação produtiva da década de 1990, a presente pesquisa teve como objetivo geral investigar as manifestações de sofrimento como potência de vida em trabalhadores de um banco estatal brasileiro. Utilizou-se o conceito de sofrimento como um bem do sujeito, por meio de uma abordagem positiva. Caracteriza-se o sofrimento como manifestação de incômodo e mal-estar diante da percepção de perigos e ameaças, e pela insistência do sujeito em permanecer em condições que não lhe são ao todo favoráveis, impulsionando-o à ação transformadora. Como objetivos específicos, buscou-se compreender o processo de trabalho bancário na atualidade, evidenciar as manifestações de sofrimento como potência de vida e de resistência ao adoecimento para esta categoria e discutir o perfil do bancário contemporâneo. Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter exploratório, onde foram entrevistados 10 trabalhadores de um banco estatal, com até 15 anos de serviço, lotados em agências do município do Rio de Janeiro. Também foram entrevistados três dirigentes sindicais atuantes na secretaria dos bancos públicos do Sindicato dos Bancários e Financiários do Município do Rio de Janeiro (SEEB-RJ). Utilizou-se roteiro com dados sociodemográficos e ocupacionais e questões orientadoras que foram analisados a partir do referencial da hermenêutica-dialética. Os resultados apontam que o processo de trabalho nas agências do banco pesquisado é dividido em dois eixos: negócios e serviços. O eixo negócios envolve basicamente as atividades de atendimento ao cliente e vendas, e o eixo serviços envolve as rotinas de pagamento e recebimento, além das atividades de suporte, manutenção predial e contabilidade ainda não assumidas pelo processo de automatização. A análise dos depoimentos evidenciou que o sofrimento se manifesta principalmente pela ansiedade diante das controvérsias do discurso organizacional, do esvaziamento das atividades, das várias metas de vendas a serem alcançadas e cobranças excessivas. O movimento de resistência ao adoecimento configurou-se como predominantemente reativo e individual. Em relação ao perfil da categoria, discutiu-se o papel dos concursos públicos na escolha da profissão, a exacerbação do individualismo e os conflitos na relação com o sindicato. Ao final, sugerem-se possíveis ações que possam converter-se em acolhimento e elaboração do sofrimento, além da contribuição para pautas específicas da categoria que levem em consideração o contexto de trabalho e a experiência dos trabalhadores na formulação de estratégias de resistência e de transformação da realidade. Foram contempladas também atividades de educação sindical para retomada da noção de coletivo e compreensão do papel da entidade na luta por condições dignas de trabalho. |