Boticas, funcionários do ultramar e intermediários do tráfico a serviço da cura: América portuguesa e Angola (séculos XVIII/XIX)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fagundes, Fernanda Ribeiro Rocha
Orientador(a): Fonseca, Maria Rachel de Gomensoro Fróes da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18237
Resumo: Ao analisar a conjuntura ambígua entre as artes de curar de finais do século XVIII e princípios do século XIX, percebeu-se no espaço geográfico da América portuguesa e em Angola uma conexão entre magia e ciências para o trato das doenças. Porém,com a renovação ilustrada ocorrida na Universidade de Coimbra, ao final do século XVIII, que atingiu a prática médica evidenciou-se uma rede de informações, que incrementou o controle do Estado nos territórios do ultramar. A referida rede está inserida em uma intrincada rede de alianças e sociabilidades, que na conjuntura estudada destaca-se o auge do tráfico de escravos. Foi nesse lucrativo negócio em que vários agentes sociais como funcionários do ultramar, físicos, boticários, sangradores, barbeiros e viajantes atuaram nas fissuras da administração portuguesa nas costas do Atlântico Sul, acumulando mercês, desenvolvendo atividades comerciais, fazendo circular informações de todo tipo, inclusive médicas, úteis ao império ultramarino português. Tal busca de informações evidenciou uma preocupação para com a saúde das possessões do ultramar, inclusive com a dos escravos. Nesse contexto evidenciou-se a valorização dos conhecimentos nativos americanos e africanos de cura, que circularam entre a América portuguesa e Angola. Como as informações, os medicamentos e práticas médicas também constavam nessa rede, viajando nos vários territórios do ultramar, evidenciando semelhanças entre remédios e tratamentos na América portuguesa e em Angola.