A produção do conhecimento em Paleoparasitologia: uma análise bibliométrica e epistêmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Cassius Schnel Palhano
Orientador(a): Araújo, Adauto José Gonçalves, Telles, Fernando Salgueiro Passos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36118
Resumo: O debate sobre os modelos explicativos do processo saúde-doença abarca desde dimensões da biologia dos seres vivos, até a dinâmica social e as práticas culturais, sendo informado por diferentes campos disciplinares, tais como biologia, sociologia, antropologia, economia etc. Este debate não é amparado apenas nos estudos de contextos atuais, mas também de elementos que evidenciam traços da presença humana ancestral e articulam a reconstrução de antigos cenários da dinâmica saúde-doença das populações, por meio de vestígios biológicos ou socioculturais. Nessa perspectiva, surge ao final da década de 1970 a Paleoparasitologia, ciência dedicada ao estudo de parasitoses em populações ancestrais por intermédio de material arqueológico e fóssil. Ainda que os trabalhos iniciais apresentassem achados de caráter principalmente descritivos, o uso atual de métodos epidemiológicos e técnicas moleculares proporciona uma análise mais abrangente na conjugação de dados arqueológicos a modelos ecológicos e culturais pré-históricos sobre doenças. O objetivo principal deste estudo consistiu em demonstrar como se configurou a Paleoparasitologia, por meio do exame de sua produção acadêmica em artigos ao longo dos primeiros trinta anos de seu estabelecimento (1980-2009). O estudo serviu-se de perspectivas bibliométricas e epistêmicas como ferramentas complementares na análise identitária de seu domínio de saber. A avaliação quantitativa e o mapeamento de redes colaborativas foram conduzidos com base em métodos da bibliometria e cientometria. Como complemento, e visando examinar o caráter epistemológico da Paleoparasitologia, o conjunto de dados foi submetido a um método desenvolvido com base no discurso de segunda ordem (ou metaciência) proposto por Imre Lakatos, sua Metodologia dos Programas de Pesquisa Científica. Diversamente às apreciações correntes, que ora a evocam como especialidade da Parasitologia, ora a consideram como ramo da Paleopatologia, a análise realizada produziu indícios de que a Paleoparasitologia possui elementos constitutivos que a classificam como disciplina própria, ou como ciência, na visão lakatosiana de Programa de Pesquisa Científica.