Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Evelyn Nunes Goulart da Silva |
Orientador(a): |
Daliry, Anissa,
Tibiriçá, Eduardo Vera |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26209
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Resumo: |
Diversas evidências apontam para o envolvimento da via AGE-RAGE em complicações hepáticas de diferentes etiologias, além de serem participantes fundamentais em lesões vasculares em várias doenças, incluindo diabetes e Alzheimer, mostando que o acúmulo de AGEs no fígado pode participar do dano microvascular hepático, agravando ainda mais a disfunção hepática. Para investigar o envolvimento desta via nas alterações hepáticas decorrentes da diabetes e da síndrome metabólica, nossos estudos foram divididos em duas partes. No primeiro, exploramos a patogênese das alterações hepáticas que ocorrem no diabetes e a modulação dessas complicações pela tratamento combinado de metformina e insulina. Para este fim, ratos diabéticos foram tratados com insulina (DM + Ins) ou metformina + insulina (DM + Met + Ins). Os parâmetros bioquímicos e cardiometabólicos foram analisados por espectrofotometria. Microscopia intravital foi utilizada para estudar a microcirculação hepática. No tecido hepático, analisamos a expressão gênica de enzimas envolvidas no estresse oxidativo, marcadores inflamatórios e do receptor para produtos finais de glicação avançada (AGE) (RAGE). A peroxidação lipídica foi avaliada por análises de TBARs. A deposição de AGEs e a expressão de RAGE foram avaliadas por espectrofotometria de fluorescência e Western blot, respectivamente. O peso corporal, %HbA1c, ureia, proteínas totais e parâmetros de estresse oxidativo foram melhorados de forma semelhante pelos tratamentos com insulina ou Met + Ins Por outro lado, o tratamento com Met + Ins mostrou um efeito mais pronunciado sobre o nível de glicose no sangue em jejum do que a monoterapia com insulina. Os níveis de frutosamina, ácido úrico, creatinina, albumina e amilase e a dose de insulina diária só foram melhorados pelo tratamento combinado. Os marcadores de disfunção hepática, renal e pancreática foram mais afetados positivamente pela terapia combinada de metformina quando comparados ao tratamento com insulina. O dano na microcirculação hepática foi completamente protegido pelo tratamento com Met + Ins, enquanto que a monoterapia de insulina não mostrou nenhum efeito. Nossos resultados sugerem que o estresse oxidativo, o dano microcirculatório e proteínas glicadas podem estar envolvidos na etiologia da doença hepática decorrente da diabetes. Além disso, o tratamento combinado de metformina melhorou o comprometimento sistêmico e hepático induzido pela diabetes, mostrando um efeito mais pronunciado do que a monoterapia com insulina. Na segunda análise, estudamos a fisiopatologia da disfunção microcirculatória hepática na doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD). Para isso, o modelo NAFLD foi induzido em ratos Wistar, por 20 semanas de dieta hiperlipídica (HFD). O rolamento e adesão de leucócitos e a perfusão tecidual na microcirculação hepática foram examinados utilizando microscopia intravital e laser speckle (LSCI), respectivamente O estresse oxidativo e os parâmetros inflamatórios foram analisados por TBARs, a atividade enzimática da catalase, RT-PCR e ELISA. A participação de AGE e RAGE foi avaliada pela expressão gênica e proteica de RAGE por RT-PCR e Western-blot, respectivamente, e por quantificação hepática e sérica de AGEs fluorescentes. Os ratos Wistar alimentados com dieta HFD mostraram aumento do teor de gordura abdominal e epididimal, pressão arterial sistólica, níveis de glicemia em jejum, triglicerídeos hepáticos e colesterol, e comprometimento do metabolismos de glicose e insulina. A histologia do fígado confirmou a presença de esteatose e a análise de ultrassom revelou aumento do tamanho do fígado e ecogenicidade parenquimatosa em ratos alimentados com HFD. HFD provoca aumentos significativos no rolamento e adesão de leucócitos microcirculação hepática e diminuição no fluxo sanguíneo microvascular do fígado. O tecido do fígado apresentou aumento do estresse oxidativo e inflamação. Às 20 semanas, houve um aumento significativo no conteúdo de AGEs no fígado e soro de ratos alimentados com HFD, além de um aumento na expressão do gene RAGE no fígado. Em conclusão, o aumento dos níveis de AGE no fígado e distúrbios microcirculatórios podem desempenhar um importante papel na patogênese da lesão hepática, e são componentes chave da NAFLD. |