Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Soares, David Arnaud |
Orientador(a): |
Gonçalves, Maria Jacirema Ferreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/31062
|
Resumo: |
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) substituíram as doenças infecto-parasitárias (DIP) no decorrer do século XX como principal causa de óbitos no mundo. Dentre as DCNT se destacam as doenças cardiovasculares (DCV), com seus dois principais subgrupos de doenças:doenças isquêmicas do coração (DIC) e doenças cerebrovasculares (DCbV). Nos países desenvolvidos, apesar das DIC e DCbV serem as principais causas de morte, tem havido diminuição das taxas de mortalidade por esses grupos de doenças desde meados do século XX. Esse fenômeno também tem sido observado no Brasil desde os anos 60 do século passado em São Paulo e a partir dos anos 80 nos demais Estados da Federação. Os dados geralmente utilizados para analisar essas tendências são aqueles disponíveis no Sistema da Informação de Mortalidade (SIM) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Há, porém, desigualdades quanto à qualidade dos dados notificados, de região para região, o que pode prejudicar a visibilidade do fenômeno em algumas dessas regiões ou centros urbanos estudados. Manaus/AM é a capital do país com o pior percentual de óbitos notificados como de causas mal definidas, um indicador de qualidade nos dados do SIM. O objetivo principal desse estudo foi analisar a tendência da mortalidade por doenças cardiovasculares no município de Manaus/AM, no período de 1980 até 2007, segundo sua distribuição por sexo e faixa etária. Para isso foram utilizados métodos para ajuste dos óbitos mal definidos e técnicas para correção da subnotificação dos óbitos. Os ajustes e correções implementados evidenciaram que as taxas de mortalidade por DCV, DIC e DCbV estavam subdimensionadas. Além disso, as séries corrigidas apresentaram taxas de mortalidade por DCbV, padronizadas para a idade, com tendência de estabilidade para o período de 1980 até 2007. Para as DIC, as análises das taxas de mortalidade nas faixas etárias superiores a 35 anos evidenciaram estabilidade a partir do ano 2000. As DCbV, na mesma análise, evidenciaram estabilidade das taxas nos anos 90, com declínio a partir dos anos 2000 apenas nas faixas de 35 a 44 anos e 45 a 54 anos, com estabilidade nas demais. Esses achados apontam um dinamismo próprio no município de Manaus/AM em relação a sua transição epidemiológica, produto provável de um processo demográfico tardio em relação a outras capitais do país. A implantação da Zona Franca de Manaus, entre os anos 70 e 80 do século passado, como um modelo de desenvolvimento para a região amazônica, ao mesmo tempo em que preservou a floresta ao fomentar concentração urbana na capital do estado, criou um cenário de desigualdade social intensa na cidade. As dificuldades de acesso e a baixa oferta de serviços de saúde especializados, além da não implantação de políticas públicas preventivas em tempo hábil, em Manaus/AM, explicam em parte os achados deste estudo. |