Fisioterapia integrada a uma política pública em saúde: o estudo da funcionalidade de pacientes do Centro de Referência em Osteogênese Imperfeita do Rio de Janeiro – RJ, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Moreira, Carmem Lia Martins
Orientador(a): Cardoso, Maria Helena Cabral de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Fernandes Figueira
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6479
Resumo: Investigamos a atuação da clínica fisioterapêutica, no tocante à funcionalidade dos pacientes com osteogênese imperfeita (OI), inscritos no Programa de Tratamento de Osteogênese Imperfeita do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (INSMCA/IFF/FIOCRUZ), coordenado pelo Centro de Referência de Osteogênese Imperfeita do INSMCA/FIOCRUZ (CROI/IFF). A atuação da clínica fisioterapêutica considera aspectos como: (a) a funcionalidade; (b) os estímulos táteis e, (c) as ações preventivas como facilitadores do desenvolvimento motor e da reabilitação de indivíduos com OI. O objetivo geral foi analisar a funcionalidade dos indivíduos com OI em tratamento fisioterapêutico no CROI/IFF. Os objetivos específicos foram: (a) analisar o processo de locomoção dos pacientes com OI, mapeando os fatores que o influenciam; (b) avaliar a capacidade funcional mediante a mensuração da amplitude de movimento, e (c) discutir os exercícios, atividades fisioterapêuticas e orientações aos familiares propostas para os pacientes com OI. Lançamos mão de duas abordagens: as análises bioestatísticas e a perspectiva etnográfica, compondo uma pesquisa exploratória e um estudo de caso institucional. O estudo foi desenvolvido com pacientes com OI atendidos no CROI/IFF entre 2004 e 2008, totalizando 92 sujeitos de pesquisa. O Epi-Info versão 3.4 e o SPSS versão 15 foram empregados na construção de banco de dados e para cálculos estatísticos. Em relação à perspectiva etnográfica, tomou-se como fonte as anotações feitas num diário de campo durante as diversas avaliações fisioterapêuticas, analisando-as via uma codificação analítica qualitativa seguida pela análise semiótica. Os resultados são apresentados em três artigos. O primeiro expõe a relação entre a marcha independente na OI e os fatores que a influenciam, ressaltando-se a associação negativa entre hipotonia, número de fraturas e os desfechos de interesse e positiva entre marcha independente e OI tipo I. O segundo aborda a hipermobilidade articular como característica clínica da OI e a hipotonia observada nesta amostra como aspectos contribuintes às limitações funcionais, estabelecendo que a primeira se associa à idade e a segunda ao tipo de OI. O terceiro remete-se aos relatos da experiência de campo marcando as múltiplas dimensões da ação fisioterapêutica assentada num diálogo que envolve os pacientes, seus familiares e o fisioterapeuta, aprofundando a compreensão do movimento humano nesta doença. Salienta-se que o incentivo precoce reduziu as contraturas musculares com melhora do tônus muscular; os manuseios fisioterapêuticos facilitaram a integração da percepção do corpo e ajudou a afastar o medo das fraturas, permitindo a construção de uma nova imagem funcional. Concluímos que como a OI é uma doença rara, necessita uma abordagem multidisciplinar e, no que tange à Fisioterapia, esta deve focar questões relevantes à mobilidade dos pacientes, procurando estabelecer estratégias de ação e caminhos para a maximização e ou recuperação de sua independência funcional.