Mediação intersetorial para a promoção da saúde: o projeto Transando Saúde do SESC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Barros, Cláudia Márcia Santos
Orientador(a): Tavares, Maria de Fátima Lobato
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2337
Resumo: Esta dissertação tem como tema os fatores envolvidos na sustentabilidade das iniciativas de promoção da saúde, mais especialmente a consolidação de alianças na perspectiva da ação intersetorial para a criação de ambientes saudáveis. O estudo aborda o ideário teórico-ético político da promoção da saúde, buscando evidenciar os deslocamentos conceituais que caracterizam a ruptura paradigmática trazida por esse movimento, com destaque para aconcepção ampliada de saúde que incorpora a temática dos determinantes sociais, atualizando a discussão sobre a intersetorialidade na consolidação do compromisso com a equidade e ajustiça social. Discutem-se as controvérsias e as implicações político-ideológicas expressas na pluralidade de olhares sobre tal estratégia, evidenciando-se as distinções e aproximações conceituais entre a promoção da saúde, a prevenção e a educação em saúde. Adotou-se como estratégia a pesquisa qualitativa com abordagem metodológica do tipo estudo de caso, de caráter descritivo e interpretativo. A construção da base empírica foi desenvolvida em um Departamento Regional do SESC com experiência bem sucedida do projeto Transando Saúde, tendo como foco de análise as estratégias de mediação e articulação intersetorial implementadas nesse contexto. O projeto em questão é de iniciativa da Atividade Educação em Saúde e se volta para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e Aids, atuando nos cenários da escola e do local de trabalho mediante o estabelecimento de alianças intersetoriais e o uso da metodologia de educação entre pares. Na investigação realizada fez se um recorte quanto à unidade de análise, optando-se por este último cenário. Utilizou-se a técnica de triangulação na coleta de dados, mediante pesquisa documental, observação direta e entrevistas semi-estruturadas. A análise dos dados, feita segundo a perspectiva hermenêutica-dialética, problematiza os elementos implicados na ordenação da rede intersetorial, discutindo as concepções e valores que orientam as práticas e os fatores favoráveis e restritivos ao estabelecimento das alianças intersetoriais com vistas à sustentabilidade das iniciativas de promoção da saúde. Desse modo, são apontados aspectos que podem informar as iniciativas em outros marcos institucionais, com destaque para a importância do nexo conectivo responsabilidade/ ética/ compromisso na consolidação da rede de alianças; a perspectiva relacional e comunicativa dos fluxos de poder na rede; a importância da instituição de espaços de formação continuada com co-engendramento de sujeitos e mundo do trabalho; e a capacidade dos atores para dialogar e negociar, ampliando os consensos intersubjetivos que geram co-responsabilidades nos processos de gestão e cuidado. Confirma-se a hipótese formulada sobre o potencial do SESC na mediação intersetorial, que se materializa pela criação de condições práticas e simbólicas para a conformação de novas identidades por entre as entidades da rede, as quais vão gradativamente se tornando mais vinculadas, no ensaio de estratégias que incorporam a perspectiva política, ética e cultural mais ampla da promoção da saúde.