Humanização da saúde em hospital municipal: entre o ideal e o real

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Gouvêa, Ana Paula Magalhães
Orientador(a): Luiza, Vera Lúcia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2464
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar as percepções de profissionais de saúde do município de Mesquita acerca da humanização em termos de mudanças em suas práticas de trabalho e de interação entre profissionais e usuários. Empregou-se neste estudo a abordagem qualitativa, com base em entrevistas de 15 profissionais de um hospital, campo eleito pelo fato de se tratar de um espaço historicamente investido de iniciativas que tentam promover a humanização da saúde. Como procedimentos metodológicos, foram utilizadas entrevistas semiestruturadas e observação participante para a coleta de dados e a técnica de análise de conteúdo do material coletado. Dentre os apontamentos deste trabalho estão a constatação de que a maioria dos profissionais de saúde não demonstrou deter grande conhecimento acerca das propostas de humanização. E que, muitas vezes, estas últimas são confundidas com acolhimento. Ficou evidente que a humanização para a grande maioria dos profissionais entrevistados é entendida como algo que depende da atuação do profissional e encontra-se altamente direcionado ao usuário. E ainda, que as ações pontuais e isoladas de outras estratégias assumem um caráter necessário, mas não suficiente à promoção da humanização. Este trabalho mostrou, a partir das percepções dos profissionais de saúde, que o ideal recomendado pelas propostas do Ministério da Saúde não se encontra bem estruturado no real do campo estudado. Evidenciou também que há a necessidade de implementar dispositivos conjuntos para a efetivação da humanização, assim como fortalecimento das iniciativas em vigência, principalmente quanto à continuidade e sustentabilidade, para que estas não percam suas forças e se extenuem. Este trabalho se encerra com a convicção de que o debate destas questões é de grande importância, já que tem repercussões diretas na qualidade do atendimento, das condições de trabalho e da dinâmica relacional em saúde.