Um estudo antropológico da auto-avaliação da saúde de idosos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Fonseca, Maria das Graças Uchôa Penido
Orientador(a): Firmo, Josélia Oliveira Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20801
Resumo: O presente trabalho tem como objetivos compreender os si gnificados atribuídos à auto- avaliação da saúde do idoso, bem como o pa pel desempenhado pelo gênero nas auto- avaliações e nos comportamentos em saúde dent ro desse universo. Participaram do estudo 17 idosos ( ≥ 70 anos), selecionados entre os partic ipantes da coorte do Projeto Bambuí. A abordagem utilizada é de cunho antropológico ba seada no modelo de Signos, Significados e Ações, a qual visa uma articulação entre ações individuais, códigos culturais e contexto macrossocial. Entrevistas domiciliares guiada s por um roteiro semi-estruturado foram realizadas por dois pesquisadores treinados, focalizando a auto-avaliação de saúde como “boa”, “razoável” ou “ruim” e os critérios utilizados pelos idosos nessa avaliação. Os resultados do trabalho mostraram que a id éia organizadora dos re latos vinculou a saúde do idoso a permanecer ativo dentro das capacidad es funcionais instrumentais avançadas, ser dono da própria vida (como oposição a ser depe ndente), ser capaz de resolver problemas e poder agir como desejar. A capacidade funciona l instrumental foi identificada como sendo a lógica mais significativa para a auto-avaliação de saúde dos idosos. A idéia circulante entre homens e mulheres era de que um indivíduo idoso permanece saudável enquanto é capaz de agir sobre o entorno na busca de respostas culturalmente adequadas às situações estruturais a que estão expostos. Esta lógica revelou um car áter dicotômico – universal para ambos os gêneros no que concerne a competências (para o trabalho, de julgamento e de estabelecimento de relações sociais), e simbolicamente específico no que diz respeito ao cenário (público ou privado) em que homens e mu lheres idosos exercem estas competências. O presente trabalho representa uma reflexão sobre o impacto da interseção indivíduo-cultura sobre o comportamento em saúde. Ele revelou similitudes entre as concepções de saúde entre homens e mulheres idosos, mas também constr uções distintas que evidenciam necessidades diferenciadas. Conclui-se que a busca da equi dade em saúde no segmento de idosos deve passar pela compreensão das universalidades e especificidades das identidades masculinas e femininas no nexo saúde-sociedade.