Avaliação da infecção por leptospiras patogênicas em primatas silvestres mantidos em cativeiro em Salvador, Bahia, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Almeida, Daniela Santos
Orientador(a): Athanazio, Daniel Abensur
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7366
Resumo: Estima-se que 70% das doenças infecciosas emergentes em humanos estão relacionados a exposição a animais silvestres. Estudos envolvendo infecções em primatas não humanos e o seu papel na epidemiologia da leptospirose são escassos. Uma instrução normativa do Ministério do Meio Ambiente (179 de 25/06/2008) recomenda o uso de teste de microaglutinação (MAT) para detecção de anticorpos aglutinantes anti-Leptospira em espécies silvestres em programas de reintrodução à vida livre. Neste contexto, o presente projeto propôs investigar a evidência de prévia exposição e a ocorrência do estado de portador de leptospiras patogênicas em primatas silvestres residentes no Parque Zoobotânico Getúlio Vargas de Salvador (PZBGV) e recebidos pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres Chico Mendes (CETAS). Foram analisados 42 amostras de soro e sangue total de 42 primatas do PZBGV e 16 amostras de soros de 16 primatas do CETAS pelo teste de aglutinação microscópica (MAT) e PCR respectivamente. Amostras de urina de 3 de primatas do PZBGV e 13 do CETAS também foram submetidas à PCR. A soroprevalência encontrada no PZGV foi de 2% (1/42) enquanto que no CETAS foi de 31% (5/16). O único primata do PZBGV positivo na MAT foi um Allouata caraya (bugio preto) fêmea, adulta, que apresentou reação mista para os sorogrupos Australis e Icterohaemorrhagiae. As cinco amostras positivas do CETAS ocorreram em macacos-prego (Cebus sp.) e foram distribuídos nos sorogrupos: Ballum (1:100), Semaranga (1:200), Grippotyphosa (1:100), Cynopeteri (1:100) e uma reação mista Tarassovi / Autumnalis (1:100). Todas as amostras de sangue total e urina analisadas por PCR foram negativas. Conclui-se que a soroprevalência de anticorpos anti-Leptospira foi baixa no PZBGV de Salvador, apesar da alta frequência de roedores na área e endemicidade da leptospirose humana em Salvador. A prevalência elevada foi observada entre os animais resgatados do comércio ilegal no estado da Bahia e esta evidência sorológica de exposição sugere um risco potencial de transmissão da leptospirose ao se adotar estes primatas como animais de estimação.