Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Vianna, Eliza da Silva |
Orientador(a): |
Nascimento, Dilene Raimundo do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Casa de Oswaldo Cruz
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18693
|
Resumo: |
A presente dissertação objetivou analisar a história da Aids a partir da experiência dos escritores Caio Fernando Abreu e Hervé Guibert, expressa em suas obras a partir do momento de seus diagnósticos até o falecimento de cada um. Entendendo que a epidemia de Aids, com seu surgimento repentino no começo da década de 1980, evocou elementos explicativos das antigas grandes pestes, objetivamos compreender de que formas os dois escritores trabalharam o arsenal de explicações para a doença em seus processos de elaboração individual da experiência com a enfermidade. Para tanto, selecionamos alguns importantes aspectos da representação social da Aids, sua suposta predileção por homossexuais masculinos, o definhamento que causava no corpo e a morte, e analisamos a maneira como estes são abordados nas obras dos escritores. As fontes literárias foram tomadas sob a categoria escrita de si e analisadas comparativamente, sendo identificadas importantes diferenças e semelhanças nos discursos produzidos por cada um dos escritores. A partir da compreensão de representação social da doença como um espaço de intersecção entre público e privado, identificamos a presença de aspectos da representação coletiva presentes na produção individual dos dois escritores, de modo que eles ora corroboram, ora desconstroem as concepções em voga sobre a Aids na época. Partindo do pressuposto de que o diagnóstico soropositivo e a experiência do adoecimento influenciam as identidades dos dois escritores, identificamos rupturas e continuidades no processo de elaboração de si dos sujeitos. A Aids se tornou um importante elemento na construção identitária de ambos, contudo, esta não se limitou a doença. Embora eles abordem a enfermidade publicamente, falar a seu respeito não significava transformar-se unicamente em soropositivos, havendo clara pretensão por parte de Abreu e Guibert em sobrepor a identidade de escritor à identificação com a doença. |