Estresse psicossocial relacionado ao trabalho e sua influência no sono de trabalhadores do transporte público aquaviário do estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Paixão, Talita Monsores
Orientador(a): Teixeira, Liliane Reis
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55404
Resumo: O sono desempenha papel importante nos processos fisiológicos do organismo e sua qualidade é fundamental para o completo bem-estar do indivíduo. Alguns fatores podem gerar influências no ciclo vigília-sono, sendo o estresse psicossocial um deles. Em grupos de trabalhadores, como os trabalhadores do transporte público aquaviário, o estresse psicossocial pode estar presente devido às exigências encontradas no ambiente de trabalho. Algumas alterações que podem ocorrer no ciclo vigília-sono dos trabalhadores devido ao estresse no trabalho são a restrição na duração do sono, a pior qualidade do sono, a sonolência diurna, a insônia e a apneia do sono. Sendo assim, este estudo objetivou analisar o ciclo vigília-sono dos trabalhadores do transporte público aquaviário da região metropolitana do Rio de Janeiro, bem como sua relação com o estresse psicossocial relacionado ao trabalho. Este estudo é descritivo, de desenho seccional. Tem base em banco de dados de acesso restrito, com amostra de 312 trabalhadores do transporte público aquaviário do Rio de Janeiro. Os dados utilizados englobaram variáveis sociodemográficas, do trabalho, dos hábitos de vida, de saúde e de bem-estar, do estresse psicossocial e do sono. Observou-se neste estudo que os trabalhadores mais jovens, que trabalham no horário da manhã e que estudam e trabalham apresentaram maiores queixas relacionadas ao sono. Associações significativas foram observadas entre a alta demanda no trabalho e as queixas de sonolência diurna (p<0,01) e de insônia (p=0,03), entre os quadrantes de alta exigência e do trabalho ativo e a queixa de sonolência diurna (p<0,01), e entre o alto apoio social e a maior queixa de sonolência diurna (p=0,01). A autopercepção do alto estresse no trabalho se associou a maior insatisfação com o sono (p<0,01), e as queixas de sonolência diurna (p<0,01) e de insônia (p<0,01). Observou-se também que a maioria dos aquaviários relatou ter de lidar com muitas pessoas no trabalho, tendo esta variável se associado às queixas de insônia (p=0,04). A curta duração do sono, a qualidade autorreferida do sono e as queixas de apneia do sono não se associaram significativamente ao estresse psicossocial neste estudo. Acredita-se que estudos com desenhos longitudinais podem ajudar a esclarecer as associações encontradas no presente estudo, uma vez que a associação entre o estresse psicossocial e o sono pode ser bidirecional.