Análise do contexto, estrutura e processos que caracterizaram o Plano Piloto de Peste em Exu e sua contribuição ao controle da peste no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Tavares, Celso
Orientador(a): Almeida, Alzira Maria Paiva de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3888
Resumo: A exacerbação da atividade pestosa no início dos anos 1960 e o desconhecimento de aspectos da epidemiologia levaram o Governo Brasileiro, através do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu), a convidar Marcel Baltazard, do Instituto Pasteur de Paris, para elaborar um projeto de pesquisa visando a elucidação da conservação, focalização, epizootização e epidemização da peste no Brasil, com vistas à implementação de atividades eficazes de controle. O projeto, denominado Plano Piloto de Peste em Exu, foi executado na Chapada do Araripe-PE de 1966 a 1974. Apesar de toda a sorte de óbices, dificultando o desempenho da equipe, composta basicamente por dois técnicos brasileiros, auxiliares semi-analfabetos e consultores dos Institutos Pasteur de Teerã e de Paris, foi desenvolvido um amplo programa de pesquisas elucidando a maioria das questões propostas. A compilação das atividades jamais foi publicada, mas registros isolados permitem listar os principais resultados obtidos: a) a comprovação da infecção natural de roedores silvestres e de outros pequenos mamíferos e suas pulgas; b) o papel do Bolomys lasiurus (Zygodontomys lasiurus pixuna) na epizootização; c) a capacidade vetora da Polygenis bolhsi jordani e o seu papel na transmissão da infecção ao homem, com um desempenho superior aos de Xenopsylla cheopis e Pulex irritans; d) a participação da P. irritans na epidemização; e) a sensibilidade dos sigmodontinos e equimídeos e a relativa resistência do Ratus rattus; f) a resistência dos cavídeos, decorrente da sua asparaginasemia; g) a resistência da X. cheopis e P. irritans aos inseticidas organoclorados; h) o descarte das pestes endógena e crônica como mecanismos responsáveis pela conservação; i) a redução dos prazos para confirmação diagnóstica; j) o isolamento de 719 cepas, que deram origem à maior coleção brasileira de culturas de Yersinia pestis; k) a definição de um programa de controle baseado na vigilância contínua e sistemática, privilegiando a participação comunitária e contemplando a pesquisa da Y. pestis nos roedores e suas pulgas e pesquisa de anticorpos contra o antígeno F1 em animais-sentinela, o que ensejou a estruturação de uma rede nacional de laboratórios, bem como a intervenção imediata nas ocorrências, com diagnóstico precoce, pronto tratamento, quimioprofilaxia e despulização