Influência da obesidade na qualidade de vida de idosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Mello, Danielli Braga de
Orientador(a): Hortale, Virginia Alonso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4503
Resumo: Introdução: O sobrepeso e a obesidade vêm crescendo em prevalência entre indivíduos idosos, e a relação entre a mudança da composição corporal e síndromes geriátricas específicas recentemente vem atraindo a atenção de pesquisadores, pelo alto impacto econômico da obesidade na população idosa, tanto em recursos humanos quanto materiais (KUO et al, 2006). Objetivo: Analisar parâmetros da composição corporal determinantes na qualidade de vida de indivíduos idosos. Amostra: Foram avaliados 144 indivíduos idosos (acima de 60 anos), ambos os sexos, participantes do projeto social promovido pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer/Câmara Municipal do Rio de Janeiro, no Centro Esportivo Miécimo da Silva, de 2005 a 2007, classificados como fisicamente ativo pelo questionário internacional de atividade física (IPAQ). Metodologia: Nesta pesquisa descritiva correlacional foi avaliada a qualidade de vida através do questionário WHOQOL-OLD (WHO, 2004), e os seguintes parâmetros de composição corporal: estatura, peso, medidas circunferenciais, dobras cutâneas, Índice de Massa Corporal (IMC), Relação Cintura-Quadril (RCQ), circunferência de cintura (CC), e nível de atividade física (testes Baecke e IPAQ). O presente estudo observou dois momentos distintos no tratamento estatístico: o primeiro relativo à descrição dos dados segundo as variáveis experimentais, observando os protocolos de avaliação da normalidade (Komogorov-Smirnov) destas e suas potências de tamanho amostral, além do cálculo dos valores médios e demais parâmetros estatísticos de quantificação das dimensões variacionais; o segundo momento tratou da parte inferencial do estudo buscando testar o corpo de hipóteses segundo o teste não paramétrico Qui-quadrado de Pearson para verificação de associação (p<0,05). O método de classificação de Cluster também foi utilizado para variáveis que observam distribuições sob uma curva normal e de conteúdo contínuo paramétrico, resultando em divisão da amostra em três grupos. Resultados: Dos idosos avaliados, 67% apresentaram obesidade, e observou-se que aproximadamente 50 % do grupo avaliado apresentou índices elevados de RCQ e CC. Este maior acúmulo de gordura na região central do corpo está relacionado à maior incidência de disfunções crônicas degenerativas (CABRERA et al, 2005). O escore total da qualidade vida no WHOQOL-OLD apresentado pelos idosos deste estudo foi de 13,17 (57,28%) de satisfação. Este escore se deve principalmente às respostas das facetas 2, 3, 4 e 6. As mesmo tempo, o escore 1 “funcionamento sensório” e o escore 5 “morte e morrer” tiveram os mais baixos escores. O grupo de Cluster que apresentou uma maior prevalência em relação aos demais (grupo 2) possui um escore intermediário de atividade física enquanto que o de menor percentual relativo (grupo 3) possui os maiores níveis de atividade física. Ao correlacionar as variáveis, observa-se uma associação significativa (p=0,017) para p<0,05 entre as variáveis sexo e RCQ. A dobra subescapular também apresenta associação significativa (p=0,001) para p < 0,05 com a variável IMC (p=0,006) e CC. Observa-se ainda associação significativa para p<0,05 entre as variáveis RCQ, nível de atividade física (Baecke) e o escore total de qualidade de vida, o que representa que indivíduos com menores valores de RCQ apresentam simultaneamente melhores níveis de atividade física e melhor qualidade de vida. Conclusão: A qualidade de vida global e suas diferentes facetas sugerem duas formas diferentes de avaliação da qualidade de vida de idosos: como um todo (domínio global) ou seus aspectos isolados (facetas).