Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Pellissier, Fernanda Tomiotto |
Orientador(a): |
Pavanelli, Wander Rogério,
Bordignon, Juliano |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/59758
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Resumo: |
A leishmaniose cutânea é uma doença infecciosa zoonótica com ampla distribuição mundial. Parasitos do gênero Leishmania são os agentes etiológicos da doença, sendo que diferentes espécies podem desencadear manifestações clínicas que variam desde infecções autocuráveias à lesões crônicas desfigurantes. Os macrófagos são as células hospedeiras finais dos parasitos, e células chave para o direcionamento da resposta imune que culmina em manifestações clínicas. M1 e M2 são os dois principais fenótipos de macrófagos. M1 é um subtipo pró-inflamatório com propriedades microbicidas, e M2 é um subtipo antiinflamatório/regulador que está relacionado à resolução da inflamação e reparo tecidual. No entanto, o entendimento da resposta imune efetiva à infecção por esses protozoários ainda apresenta muitas lacunas, cuja compreensão pode ser fundamental para o potencial desenvolvimento de drogas e vacinas. Assim, investigamos as moléculas e mediadores locais envolvidos no desenvolvimento da lesão cutânea em modelos experimentais de suscetibilidade (BALB/c) e resistência parcial (C57BL/6) à infecção por Leishmania amazonensis. Verificou-se que camundongos BALB/c apresentaram pior evolução da doença em comparação com camundongos C57BL/6, com maior carga parasitária e níveis elevados de IL-6, enquanto C57BL/6 apresentaram maiores níveis de INF-γ e O2- após 11 semanas de infecção. Um pico de macrófagos locais foi observado após 24h de infecção em ambas as linhagens de camundongos estudadas, seguido por um novo aumento após 240h apenas em camundongos C57BL/6. Quando os marcadores de macrófagos M1 e M2 (iNOS, MHC-II, CD206 e arginase-1 [Arg-1]) foram analisados, foi identificado um aumento pronunciado nos níveis de Arg-1 em BALB/c após 11 semanas de infecção, enquanto em C57BL/6 houve predomínio de marcadores M2 coincidindo com um segundo pico de infiltração macrofágica em 240h, e com maior deposição de colágeno tipo III e resolução da lesão. Para confirmar que os resultados obtidos estavam relacionados à presença de macrófagos e sua capacidade de controlar a infecção, foi realizada a transferência adotiva de macrófagos peritoneais de C57BL/6 para BALB/c infectados. Os dados obtidos na 11ª semana revelaram que a transferência de macrófagos promoveu redução do edema e do número de parasitos no local da lesão, além de reduzir os níveis de Arg-1 sem afetar os níveis de iNOS. Assim, pode-se concluir que camundongos C57BL/6 têm uma melhor evolução da infecção causada por L. amazonensis, baseada em um balanço entre inflamação e resposta antioxidante, coincidindo com maior deposição de colágeno e melhor reparo tecidual, enquanto camundongos BALB/c apresentam elevados níveis de Arg-1 nos tempos tardios de infecção, marcador relacionado ao desenvolvimento e gravidade da doença. A pior evolução parece estar envolvida com orecrutamento de macrófagos ricos em Arg-1, uma vez que a transferência adotivade macrófagos de camundongos C57BL/6 para BALB/c resultou em melhor evoluçãode lesão, com menores níveis de Arg-1. |