Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Dias, Michelle Hallais França |
Orientador(a): |
Carvalho, Luzia Helena de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34568
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Resumo: |
Em crianças africanas está bem estabelecida que a exposição ao vírus Epstein-Barr (EBV) e à malária por Plasmodium falciparum é um importante fator de risco no desenvolvimento do linfoma de Burkitt endêmico (eBL). Embora o eBL não esteja associado ao P. vivax, não se sabe se o EBV poderia influenciar na morbidade da malária causada por este parasito. Considerando que P. vivax é a espécie de plasmódio mais prevalente na Amazônia brasileira, buscou-se aqui investigar se a infecção por EBV pode influenciar na morbidade e/ou no desenvolvimento de uma resposta imune específica contra o P. vivax. Para isso, o estudo focou em dois grupos distintos: (i) indivíduos com infecção aguda por P. vivax (n=154) que procuraram atendimento em centros de referência para malária na região amazônica; esses indivíduos foram esporadicamente expostos à transmissão da malária; (ii) indivíduos com longa exposição à malária na região amazônica (n = 541) no assentamento agrícola de Rio Pardo (Amazonas, Brasil). A comunidade Rio Pardo incluiu indivíduos infectados (n = 38) e não infectados (n = 503) por P. vivax. Depois de configurar o melhor protocolo para amplificar o gene BALF-5 de diferentes amostras biológicas, as amostras de DNA de todos os voluntários foram amplificadas a partir do sangue total periférico utilizando o protocolo descrito por Reynaldi e colegas (2016). Em conjunto, os resultados demonstraram que: (1) a frequência de EBVDNA variou entre os dois grupos estudados, com o vírus detectado em 6% (9 de 154) dos indivíduos esporadicamente expostos e em 17% (90 de 541) de longa exposição – residentes na Amazônia. Embora o motivo dessa diferença seja desconhecido, é possível que a exposição contínua à transmissão da malária (mediana de 21 anos) possa ter contribuído; (2) na infecção aguda por malária, a positividade para EBV foi associada a parâmetros hematológicos alterados, incluindo baixos níveis de hemoglobina, hematócrito e plaquetas. Embora no grupo dos indivíduos esporadicamente expostos à transmissão não tenha sido encontrada associação entre EBVDNA e sintomas clínicos relacionados à malária, uma associação positiva foi encontrada para o grupo com história de longa exposição. Neste grupo, a associação entre EBVDNA e sintomas foi independentemente da presença de infecção malárica; finalmente (3) a detecção de DNA viral parece ter influenciado, negativamente ou positivamente, na resposta de anticorpos naturalmente adquiridos contra diferentes proteínas do estágio sanguíneo do P. vivax (PvDBPII e PvAMA1, respectivamente). Em conclusão, em um estudo de prova de conceito, demonstrou-se pela primeira vez que a infecção por EBV pode influenciar na morbidade e imunidade ao P. vivax. Estudos futuros fazem-se necessários para validar os resultados aqui encontrados em diferentes populações de áreas endêmicas, incluindo indivíduos com malária grave por P. vivax. |