Avaliação da resposta de anticorpos IgG contra diferentes variantes alélicas do Antígeno 1 de Membrana Apical (AMA-1) de Plasmodium vivax em indivíduos de áreas endêmicas de malária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: França, Ana Caroline Barbosa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-25062021-164023/
Resumo: O Plasmodium vivax é a espécie com maior distribuição geográfica no mundo e a que predomina nas Américas, incluindo o Brasil. Comparado ao Plasmodium falciparum, poucas vacinas contra o P. vivax encontram-se em fase de testes clínicos. Um dos antígenos de formas sanguíneas de P. vivax candidato a vacina é o Antígeno 1 de Membrana Apical (PvAMA-1). Entretanto, a diversidade antigênica do mesmo na natureza representa um grande desafio para seu uso no desenvolvimento de uma vacina de ampla cobertura. No presente estudo, avaliamos se os polimorfismos de sequências já descritos são capazes de influenciar na eficácia de uma vacina baseada em PvAMA-1. Para isso, geramos 9 proteínas recombinantes a partir da levedura Pichia pastoris, as quais são representativas de diferentes variantes alélicas do antígeno PvAMA-1, a saber: Belem, Chesson I, Sal-1, Indonesia XIX, SK0814, TC103, PNG_05_ESP, PNG_62_MU e PNG_68_MAS. Após expressão e purificação das proteínas selecionadas, avaliamos comparativamente por ELISA a resposta de anticorpos IgG naturalmente adquiridos em indivíduos expostos a malária, procedentes da Região Amazônica. Todas as proteínas foram obtidas com rendimento e pureza apropriados para os estudos propostos. A prevalência total de indivíduos expostos a malária com anticorpos contra PvAMA-1 Belem foi de 53,68%, em 611 amostras de soro testadas. Entre 100 das amostras sorologicamente positivas para PvAMA-1 Belem, os maiores valores de DO492 foram obtidos para as variantes Chesson I, SK0814 e Sal-1, sugerindo que epítopos comuns ou de reatividade cruzada estão sendo reconhecidos nessas variantes. Por outro lado, níveis mais baixos de DO492 foram obtidos para as variantes Indonesia XIX, TC103, PNG_05_ESP, PNG_62_MU e PNG_68_MAS, o que pode significar que essas variantes são menos prevalentes ou não circulam no Brasil. Soros policlonais de camundongos C57BL/6 previamente imunizados com PvAMA-1 Belem foram testados quanto ao reconhecimento das diferentes variantes por ELISA. Nossos resultados demonstraram que as variantes Chesson I, Indonesia XIX, SK0814, Sal-1 e a proteína homóloga foram predominantemente reconhecidas. Por fim, ensaios de competição baseados em ELISA revelaram que as proteínas Chesson I, Indonesia XIX, SK0814 e Sal-1, na fase solúvel, foram capazes de inibir a ligação de anticorpos à variante Belem aderida a placa, sugerindo a presença de epítopos comuns ou de reatividade cruzada entre as mesmas. Nossos dados sugerem que uma vacina baseada na variante PvAMA-1 Belem gera anticorpos variante-transcendentes. Entretanto, para gerar uma vacina universal baseada em PvAMA-1, uma formulação multi-alélica, incluindo variantes da Tailândia e Papua Nova Guiné, deverão ser testadas.