Avaliação da participação de cada antígeno vacinal na resposta bactericida induzida pela vacina meningocócica B em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Xavier, Camila Lordello
Orientador(a): Jessouroun, Ellen$$eorient.
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25105
Resumo: O principal agente causador da meningite bacteriana é a Neisseria meningitidis. Seis sorogrupos (A, B, C, W-135, X e Y) são responsáveis por 95% dos casos de doença meningocócica invasiva, uma doença que apresenta grande variação epidemiológica de acordo com a área geográfica e ao longo do tempo. Os anticorpos desempenham papel central na proteção desta doença, devido a capacidade lítica dos mesmos através da fixação do complemento. Bio-Manguinhos está envolvido no desenvolvimento da vacina brasileira contra o meningococo B, composta de vesículas de membrana externa (VME) das duas cepas de maior prevalência e LOS detoxificado (dLOS). Neste momento, é importante compreender melhor a participação de cada um dos antígenos vacinais na resposta induzida pela vacina meningocócica B brasileira. Portanto, o presente trabalho tem o objetivo de determinar o papel de cada antígeno vacinal na indução da resposta bactericida em camundongos, a fim de discutir uma potencial otimização da vacina teste. Para isso, camundongos suíços foram divididos em seis grupos, onde cada grupo recebeu uma das seguintes formulações em hidróxido de alumínio: vacina meningocócica B, vacina meningocócica B combinada à vacina meningocócica C conjugada produzida em Bio-Manguinhos, vacina de VME de N44/89, vacina de VME de N603/95, vacina de VME de N603/95 combinada a VME de N44/89 e vacina de dLOS. Os anticorpos obtidos a partir do soro dos camundongos foram submetidos a um ensaio bactericida convencional e a um ensaio bactericida competitivo Além disso, novas formulações com diferentes proporções e concentrações de antígenos foram submetidas ao teste de pirogênios. No ensaio bactericida convencional, realizado para as duas cepas vacinais, N44/89 e N603/95, todas as preparações testadas induziram soroconversão em título bactericida \2265 4 vezes em relação aos valores dos soros pré-imunes, exceto no grupo que recebeu o dLOS separadamente, que não apresentou resposta protetora. A combinação da vacina meningocócica B à vacina meningocócica C conjugada não interferiu na resposta imunológica induzida para a vacina B, o que possibilita o uso futuro das duas vacinas combinadas. Foi observada reatividade cruzada entre as cepas vacinais, induzida por algum componente presente nas VMEs. Os dados obtidos no ensaio bactericida competitivo sugerem que o LOS residual, presente nas VMEs, parece desempenhar um papel na reatividade cruzada. Este ensaio ainda permitiu verificar que as VMEs e o LOS contribuem para a indução de anticorpos bactericidas protetores, e essa atuação parece ocorrer de forma sinérgica. Em geral, os títulos bactericidas obtidos para N44/89 foram maiores que os obtidos para N603/95. Essa indução preferencial de anticorpos para a N44/89 foi confirmada no ensaio de soroneutralização, onde foi necessária a utilização de pelo menos três vezes a concentração de proteínas de VME dessa cepa em relação à concentração usada para N603/95. Esses resultados indicam a importância de avaliar diferentes concentrações e proporções dos antígenos na vacina. Como qualquer mudança nas suas concentrações precisa ser avaliada antes de um possível uso em humanos, formulações com diferentes proporções e concentrações de antígenos foram submetidas ao teste de pirogênios. Os resultados deste teste indicam que existe a perspectiva de avaliar a imunogenicidade das novas vacinas testes, contendo diferentes proporções dos antígenos