Avaliação da disfunção cerebral em pacientes com sepse grave: estudo observacional - Associação entre o uso de medicamentos e disfunção cerebral aguda em pacientes sépticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Aline Reis da
Orientador(a): Bozza, Fernando Augusto, Guaraldo, Lusiele
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28628
Resumo: Introdução: A disfunção cerebral associada à sepse é uma alteração neurológica aguda da consciência, que inclui delirium e coma, e normalmente ocorre de forma precoce no curso da sepse, além de ser um preditor de mortalidade. A disfunção cerebral associada à sepse é uma complicação ainda pouco estudada, mas frequente em pacientes sob cuidados intensivos. O uso de algumas classes de medicamentos, tais como os psicofármacos, pode estar associado a uma maior frequência de disfunção cerebral aguda nesse grupo de pacientes. Objetivos: O presente estudo tem como objetivo descrever o uso prévio de medicamentos e avaliar sua associação com o desenvolvimento de disfunção cerebral aguda em pacientes com sepse adquirida na comunidade. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo envolvendo duas unidades de terapia intensiva, no qual foram incluídos pacientes com sepse adquirida na comunidade, com idade \2265 18 anos. Foi aplicado questionário para registrar o uso de medicamentos de modo contínuo ou esporádico nos 15 dias anteriores à internação na UTI. O acompanhamento dos pacientes foi limitado aos primeiros 14 dias de internação ou até alta/óbito da UTI. A disfunção cerebral aguda foi definida pela presença de delirium ou coma. A ferramenta utilizada para o diagnóstico de delirium foi o CAM-ICU. Coma foi avaliado através da aplicação do RASS (\2265 -4) para pacientes sedados e pela escala de Glasgow (\2264 7) para pacientes não sedados Resultados: Foram incluídos 110 pacientes. A prevalência de disfunção cerebral aguda foi de 27,3%, com taxa de mortalidade hospitalar de 53,3% entre os pacientes com disfunção cerebral. O uso contínuo de medicamentos previamente à internação foi relatado por 90,6% dos participantes, sendo mais frequentes o uso dos medicamentos que atuam no aparelho cardiovascular (60%), aparelho digestivo e metabolismo (52,7%) e sistema nervoso (38,2%). Os antidepressivos foram os psicofármacos mais utilizados, sendo o seu uso prévio associado ao desenvolvimento da disfunção cerebral. Conclusão: Foi observada associação entre o uso prévio de antidepressivos e a disfunção cerebral aguda em pacientes sépticos. Apesar de esperada, a associação entre o uso de benzodiazepínico e a disfunção cerebral aguda não foi demonstrada neste estudo.