Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Ayudant-Ramos, Michael Alexander |
Orientador(a): |
Lima, Sheyla Maria Lemos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36217
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Resumo: |
O Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença crônica não transmissível que representa uma das principais causas de morbidade e mortalidade a nível mundial. Para o seu controle, foram desenvolvidos modelos de atenção para doenças crônicas; no Peru, o Seguro Integral de Saúde (SIS), apoiado pelo Orçamento por Resultados (OpR), e os regulamentos para o tratamento da diabetes mellitus tipo 2, propõem um tratamento abrangente ao paciente sob o Modelo de atenção Integral à Saúde do ano 2011. Esta pesquisa teve como objetivo caracterizar a atenção prestada aos pacientes com DM2 através do Seguro Integral de Saúde na rede de serviços da Região de Callao do Ministério da Saúde do Peru segundo a percepção dos coordenadores do cuidado dos estabelecimentos de saúde (postos e centros de saúde e hospitais) e dos níveis de coordenação centrais (micro-redes, redes e Direção Regional de Saúde). Foram realizadas entrevistas com questionários semiestruturados abordando 5 dimensões: caracterização do estabelecimento/nível central de coordenação, caracterização do coordenador, do processo de atendimento aos pacientes com DM2, dos mecanismos de coordenação e identificação de dificuldades para o desenvolvimento das atividades de atenção à DM2. A população de estudo foi de 68 coordenações de saúde. Foram realizadas 53 entrevistas (36 coordenadores de centros e postos de saúde, 3 de hospitais, 11 de micro-redes, 2 de redes e 1 da Direção Regional de Saúde). Houve uma perda de 15 coordenadores. Apenas 6 coordenadores (nenhum de hospital) referiram utilizar a classificação de risco estabelecidas no Orçamento por Resultados (OpR); entre estes, foi evidente a subutilização e superutilização de consultas respectivamente para as categorias "paciente prediabético tratado” e “paciente diabético sem tratamento especializado ". Nos hospitais, houve uma marcante super utilização dos cuidados para a categoria "paciente diabético com tratamento especializado." Apenas a metade dos estabelecimentos referiu uso de diretrizes clínicas; somente quatro estabelecimentos tinham grupo de apoio para pacientes com DM2.Em relação à coordenação dos cuidados, embora os fluxos de atenção estejam em conformidade com o estabelecido pelo SIS, menos da metade dos 39 estabelecimentos de saúde participaram das reuniões com as respectivas micro-redes/redes as quais tiveram como pauta principalmente as atividades de treinamento e assuntos administrativos gerais. Nos níveis centrais de coordenação também foi vista a baixa participação nas reuniões das micro-redes, enquanto que nas redes não houve participação dos coordenadores dos hospitais. Apenas 4 coordenações referiram possuir um registro de pacientes com DM2 e nenhuma delas informou utilizar prontuários clínicos eletrônicos. Somente 7 coordenadores reportaram o uso de indicadores para acompanhar o tratamento dos pacientes. A multiplicidade de funções foi a dificuldade mais frequentemente relatada pelos coordenadores para o desenvolvimento de suas atividades de coordenação, além do sub-registro de informações, a falta de monitoramento das metas pelos gestores, a falta de incentivos para a equipe de cuidados de DM2, e o número limitado de profissionais de saúde. Os coordenadores de hospitais também observaram a inadequação do plano de saúde para a região, o uso do orçamento para outras atividades não relacionadas aos cuidados da diabetes programados, a falta de coordenação com o escritório de Planejamento e a disponibilidade irregular de medicamentos. Este estudo evidenciou deficiências na organização dos cuidados para pacientes com DM2, com a utilização da classificação de risco muito limitada, número insuficiente de profissionais, alta rotatividade e múltiplas funções dos coordenadores e formação insuficiente das equipes de cuidados. Com isso, podemos dizer que na região de Callao não existem redes integradas de serviços de saúde de acordo com as recomendações atuais do Modelo de Cuidados Crônicos, da Organização Pan -Americana da Saúde e do Modelo de Atenção Integral à Saúde do Peru. |