Identificação morfológica e molecular de Didymozoidae (Trematoda, Digenea) parasitos de Thunnus obesus (Scombridae) ocorrentes ao largo da costa do Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Ana Maria Moreira da
Orientador(a): Cohen, Simone Chinicz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/31856
Resumo: Os Tuníneos são peixes ósseos marinhos, tipicamente pelágicos, pertencentes à família Scombridae e representam um dos principais recursos pesqueiros do Brasil. Thunnus obesus, (Lowe), conhecido comumente no Brasil como albacora bandolim, é uma espécie com ampla distribuição geográfica em águas tropicais e subtropicais. São altamente migratórios, o que favorece a infecção por diferentes grupos de helmintos, principalmente espécies da família Didymozoidae Monticelli, 1888. Os trematódeos pertencentes à esta família representam um grupo de parasitos que usualmente vivem encistados aos pares nos tecidos de teleósteos marinhos, principalmente Scombridae. O objetivo deste estudo foi identificar e caracterizar morfometricamente e molecularmente trematódeos da família Didymozoidae parasitos de T. obesus coletados ao largo da costa do estado do Rio de Janeiro. Foram obtidos 12 exemplares de T. obesus diretamente de comerciantes no Mercado Municipal de São Pedro em Niterói, Rio de Janeiro. Os peixes apresentaram peso variando de 3,015 a 5,215 Kg e comprimento padrão variando de 53 a 64 cm sendo 3 fêmeas e 9 machos. Para estudos morfológicos pela microscopia de luz, os parasitos foram fixados em AFA com ou sem compressão entre lâmina e lamínula, corados em carmim alcoólico de Langeron, desidratados em série alcoólica, clarificados em óleo de cravo e montados em lâminas em bálsamo do Canadá. Para as análises genéticas, o DNA foi extraído utilizando a digestão física em nitrogênio líquido, química com Proteinase K, seguido do Kit DNeasy Plant Mini. Para PCR foi usado o alvo ITS2 e posterior sequenciamento nucleotídico Oito diferentes espécies foram identificadas de acordo com a morfologia: Platocystis vivipara (Yamaguti, 1970) Pozdnyakov, 1987, Didymocystis lamotheargumedoi Kohn e Justo, 2008, Didymocystis neothunni (Yamaguti, 1970) Pozdnyakov, 1996, Didymosulcus philobranchiarca (Yamaguti, 1970) Pozdnyakov, 1990, Koellikerioides internogastricus Yamaguti, 1970, Koellikerioides intestinalis Yamaguti, 1970, Didymozoidae gen. sp. 1 e Didymozoidae gen sp. 2. Foram obtidas sequências nucleotídicas de cinco espécies: Koellikerioides internogastricus (n=4), Didymosulcus philobranchiarca (n=2), Didymocystis neothunni (n=1), Platocystis vivípara (n=2) e Didymozoidae gen. sp. 1 (n=1). Apesar da pouca informação genética disponível da família, o resultado da análise permitiu que fossem realizados alinhamentos onde foram observados polimorfismos e matrizes de distância genética intra e interespecíficas, além de uma matriz de distância intergênica. Este é o primeiro estudo de taxonomia integrativa de didimozoídeos parasitos de T. obesus coletados na costa brasileira, sendo o primeiro com abordagens moleculares de didimozoídeos marinhos do Brasil. Platocystis vivipara é registrada pela primeira vez na América do Sul, ampliando sua distribuição geográfica, T. obesus é registrado como novo hospedeiro para D. lamotheargumedoi, D. neothunni é pela primeira vez registrado em T. obesus no Brasil, região do Atlântico Sul Ocidental, além de informação genética inédita para cinco espécies do estudo. Esse estudo expande o conhecimento morfológico, molecular e a distribuição geográfica da família Didymozoidae na América do Sul.